Com motores de 1,6 e 1,9 litro e não mais que 90 cv, o desempenho dos primeiros Mantas não impressionava, mas seu comportamento em curvas arrancava elogios

Cancelada a série Turbo Manta pela Opel, os ingleses da DOT levaram a ideia adiante e fizeram a versão com potência 75% superior à original

A injeção trouxe mais 15 cv ao motor de 1,9 litro no GT/E (em cima); a edição Black Magic foi uma das últimas novidades da primeira geração

O câmbio manual tinha quatro marchas, com opção de automático de três, e a suspensão era tradicional: independente à frente por braços sobrepostos, eixo rígido na traseira, sempre com molas helicoidais. Se o desempenho não impressionava diante das versões mais potentes do Capri, o Manta agradou pelo comportamento dinâmico, que permitia andar rápido sem exigir habilidades anormais do motorista. Enquanto o potente Ford saía de traseira quando o acelerador fosse provocado, o Opel era mais neutro, mérito do desenho das suspensões que havia eliminado a tendência sobresterçante de modelos mais antigos da marca.

Naturalmente, havia interessados em mais vigor sob o capô. Na Inglaterra, a GM contratou em 1973 a empresa Broadspeed para montar uma pequena série com o motor 1,9 preparado. Foram feitos cinco protótipos sobre a versão SR, que recebeu um turbocompressor Holset para atingir 156 cv e 24 m.kgf e acelerar de 0 a 96 km/h em 7,6 segundos, tempo similar ao de um Porsche 911 S da época. Todos amarelos, os carros traziam um ostensivo logotipo Turbo Manta nas laterais. Contudo, a primeira crise do petróleo pegou de surpresa esse projeto tão oposto à economia de combustível, o que fez a empresa cancelá-lo.

Só que um engenheiro da rede de concessionárias inglesas da Opel — a DOT ou Dealer Opel Team — decidiu levar os planos adiante. A seu pedido, a Broadspeed então adaptou 28 unidades do Berlinetta 1974, todas pretas, com interior em veludo marrom e caixa automática, desta vez identificadas com discrição por um logotipo Turbo nos para-lamas traseiros, defletor de ar dianteiro e rodas de alumínio de 6 x 13 pol. Não foi preciso modificar freios e suspensões. O resultado foi um carro 75% mais potente e com 52% mais torque que o original, mas sem ostentação. A desgastada expressão "lobo em pele de cordeiro" aplicava-se com perfeição.

A edição especial Luxus, limitada a 400 unidades, estreava em março de 1974 com itens semelhantes aos do Berlinetta, bancos de vinil e pintura sempre em vermelho. E, enquanto as normas norte-americanas de emissões poluentes levavam a Opel a adotar injeção eletrônica para aquele mercado em 1975 (leia boxe abaixo), na Europa esse sistema de alimentação foi reservado a uma versão de alto desempenho do Manta, a GT/E, que estreou nesse último ano da primeira geração. O motor de 1,9 litro, que passava a 105 cv e 15,6 m.kgf, o levava à velocidade máxima de 190 km/h e de 0 a 100 em 11,5 segundos.

Capô, seção traseira e faixas laterais em preto traziam o nome da versão estampado com orgulho, havia um defletor sob o para-choque dianteiro e retrovisores esportivos. O interior vinha todo em preto, os freios dianteiros tinham discos maiores e a suspensão rebaixada usava amortecedores pressurizados. Curiosamente, o mercado britânico não recebeu a versão, que foi produzida apenas com volante do lado esquerdo. Algumas edições especiais foram feitas com base no GT/E, como a Black Magic, em preto com faixas e parte do revestimento interno em amarelo, e a Swinger, em branco.

Aspecto próprio   Se em 1975 o Ascona passava à segunda geração, nada mais natural que o cupê o acompanhar com uma completa reformulação. Conhecido como Manta B, ele adotava linhas modernas e com identidade própria, bem diferentes das vistas no sedã — e também sem preocupação de se vincular ao modelo anterior. Na frente inclinada para trás, os dois grandes faróis retangulares ladeavam dois estreitos vãos que faziam o papel de grade, complementados a tomadas de ar inferiores. Continua

Nos Estados Unidos
Assim como o Rekord, o Kadett, o cupê GT e o Ascona, o Manta chegou ao mercado norte-americano. Era vendido pelas concessionárias Buick, pois a General Motors não se interessou em criar uma rede específica para a marca alemã. De início, em 1971, o carro se chamava 1900 Sport Coupe, assim como o Ascona era simplesmente 1900. Só dois anos mais tarde o nome europeu Manta era adotado.

Toda versão vendida nos EUA usava o motor de 1,9 litro, com opção entre caixa manual e automática. Houve até 1974 um acabamento esportivo não oferecido na Europa: a Rallye, que trazia faixas e capô em preto, faróis auxiliares, escapamento mais livre, suspensão mais firme e câmbio manual com relações mais altas para ganho em agilidade. Apenas em 1973 e 1974 os norte-americanos tiveram o acabamento Luxus, com revestimento interno em veludo azul ou vinho e apliques que simulavam madeira. A série Blue Max, disponível só em azul em 1973, vinha com teto solar de comando manual e teto de vinil da mesma cor.

Depois de receber para-choques maiores e de alumínio (foto) em 1974, para atender à norma local que os obrigava a resistir a impactos de até 8 km/h, o Manta aparecia nos EUA em 1975 com injeção Bosch L-Jetronic a fim de atender aos limites de emissões poluentes.

Naquele mesmo ano, diante da alta cotação do marco alemão — e talvez de um receio da Buick em ver concorrência interna com seus próprios cupês —, cessou a exportação para a terra de Tio Sam, que não recebeu a segunda geração.

Em escala
Há grande variedade de miniaturas do Manta.

Em escala 1:18 a francesa Norev oferece a versão Berlinetta de 1971, em laranja ou marrom bem escuro; a SR 1970, em amarelo com capô preto (foto 1); e a GT/E de 1975 em verde com preto (foto 2). Todas, portanto, da primeira geração.
Do segundo Manta, o 400 de 1982 é feito em prata e branco pela Revell. Notam-se bem os detalhes característicos da versão, como para-lamas alargados, rodas especiais e defletor traseiro, além da decoração.
Mais opções existem em 1:43. A alemã Minichamps faz a primeira geração em versões Deluxe de 1971 (vermelho), SR do mesmo ano (amarelo com capô preto) e GT/E 1974 (prata com preto, na foto).
Da Schuco são três modelos nessa escala. O amarelo é o Turbo que a Opel pediu à inglesa Broadspeed para montar em 1973, mas acabou não colocando no mercado.
Há ainda uma versão inicial da segunda geração (em branco ou verde) e o interessante 400 de rali em duas versões com o branco predominante. O decorado com faixas em azul e vermelho é o que competiu no Rali da Grã-Bretanha de 1983, enquanto o de cinza e amarelo correu a prova Safári de 1985.
Mais recentes, ainda em 1:43, são o GT/E hatch cinza ou verde-petróleo da Neo Scale Models (foto), o GT/E cupê 1982 amarelo da Edicola e, do mesmo fabricante, o Manta 400 do Rali da Catalunha de 1984.

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