


Na linha 1939 desapareciam os
estribos e havia novas grades; o cupê (em azul) trazia bancos laterais
retráteis e surgia este sedã conversível

O LaSalle 1940 mostrava nova
frente para a série 52, mas a GM já havia decidido substituir a marca
pela linha mais acessível Cadillac 61 |
Quase nada precisou ser alterado nos dois anos-modelo seguintes. Em
1935, na agora chamada Série 50, o motor ganhava maior
taxa de compressão para aumento de 5 cv.
Mas a divisão continuava a perder mercado para a Packard e seu
One-Twenty, que oferecia melhor desempenho e mais prestígio por menor
preço — apesar das reduções promovidas pela GM que resultaram, em 1936,
nos valores mais baixos da história da LaSalle.
De volta à Cadillac
Passado o
pior período desde a quebra da bolsa, a marca recuperava a proximidade
com a Cadillac na linha 1937, muito semelhante à mais acessível série 60
da marca de topo, lançada um ano antes. O estilo era atraente e o motor
V8 monobloco da "Caddy", com 322 pol³ (5,3 litros) e 125 cv, melhorava
muito o desempenho. O entreeixos crescia de novo para 3,15 m e surgia
entre as opções um sedã conversível de cinco lugares. As vendas subiram
em 150% e registraram o melhor ano da história da LaSalle, com 32.005
unidades, mas voltaram a cair com a crise econômica de 1938. Nesse ano a
marca voltava a usar porta-malas saliente, de estética discutível, e
adotava alavanca de câmbio na coluna de direção.
Um desenho mais requintado aparecia para 1939, com grades menores ao
lado da principal, maior área
de vidros, eliminação de estribos (embora ainda disponíveis como
opcional), oferta de teto solar e entreeixos reduzido a 3,04 m. O cupê
de dois lugares trazia pequenos bancos retráteis nas laterais traseiras
— como se veria décadas depois em picapes de cabine estendida — no lugar
do "banco da sogra". Havia também o sedã conversível de quatro portas,
sendo as de trás "suicidas". As vendas cresceram e superaram as do Packard 120 pela primeira vez.
A linha 1940 foi a única com duas séries: a 50, que mantinha as formas
do ano anterior, e a 52, com novo desenho que destacava a posição mais
baixa dos faróis. Oferecia opção entre cupê, sedã de quatro portas com
porta-malas saliente e os conversíveis que chegavam meses depois. A
potência aumentava para 130 cv, mediante carburador maior, e o
entreeixos para 3,12 m. Embora as vendas nesse ano tenham sido o dobro
das registradas pela Cadillac, o resultado ainda era modesto diante do
obtido pela Packard. A decisão da corporação estava tomada.
Em meados do ano a divisão LaSalle era encerrada, com produção total
acumulada de 127.615 unidades. Um estudo da linha 1941 chegou a ser
feito antes que o plugue fosse puxado da tomada. Em seu lugar entrava o
acessível Cadillac Série 61, que chegava a custar menos que o carro
similar da divisão extinta. Depois de vários anos, a GM parece ter
compreendido o caminho seguido com êxito pela Packard: cativar o cliente
de segmento médio-alto com uma opção mais simples de uma marca de
prestígio, em vez de recorrer a um emblema de menor expressão. De fato,
as vendas da Cadillac em 1941 superaram em 82% as dessa marca e da
LaSalle, somadas, no ano anterior.
Se do ponto de vista de marketing a LaSalle pode ter sido um erro, o
mundo do automóvel reconhece seus méritos. Durante 14 anos ela ofereceu
aos americanos alguns dos mais belos carros feitos no país. E foi a
primeira a colocar em produção em massa uma carroceria desenhada por
estilista renomado, o que antes só se via em projetos especiais.
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