
Ao lado de melhorias na
qualidade de construção, o Diablo 2000 trazia posição de dirigir mais
cômoda pela nova posição de bancos e pedais


A versão única VT extraía 550 cv
do motor de 6,0 litros -- a unidade do antigo GT "amansada" para ganhar
em durabilidade e torque em baixa

A edição limitada SE, oferecida
em dourado e bronze, marcava o fim da produção do Diablo, substituído em
2001 pelo também brutal Murciélago |

A Motor Trend colocou-o frente a frente ao Ferrari 550 Maranello,
de concepção bem mais recente (1996) e também com motor V12. O resultado em aceleração foi o esperado: "Em qualquer prova,
o motorista do Ferrari veria apenas as lanternas traseiras do Diablo até
que elas desaparecessem da vista. Graças à melhor tração longitudinal de
sua tração integral, uma vantagem de 65 cv sobre o Ferrari, pequena
vantagem de peso e primeira marcha longa, que move a difícil troca
para segunda para depois de 96 km/h, o Diablo é o carro de produção com
aceleração mais rápida que já testamos". O tempo de 3,4 s na prova
deixou o 550 para trás por 0,8 s.
E quanto ao comportamento dinâmico? "O Diablo surpreende por ser fácil de dirigir. Graças aos
pneus traseiros muito mais largos, ele tende a
subesterçar, enquanto o
Ferrari precisa de seu controle eletrônico de tração para ajudar o
motorista a evitar uma saída de traseira sob aceleração."
Contudo, o 550 se mostrou mais confortável. "Entrar no Diablo é só um
pouco menos difícil que em um carro [de corridas] da Indy (e sair dele
pode ser ainda pior!), enquanto se colocar diante do volante do Ferrari
é fácil como num Lexus SC 400. Motoristas altos ou pesados têm de
desviar seu pescoço para a direita para evitar o teto do Lambo, enquanto
o Maranello tem espaço de sobra para a cabeça", comparava a revista. A
conclusão: "Se você
compra um para dirigir todo dia, o 550 é o vencedor sem dúvida. Se, no
entanto, está procurando máxima aceleração e visual marcante, o
Lambo é seu supercarro".
Com o Murciélago já pronto para estrear, a Lamborghini lançou no Salão
de Genebra de 2001 a edição final do Diablo, a 6.0 VT SE ou Special
Edition. As 40 unidades estavam disponíveis apenas nas cores dourado,
com um efeito de mudança de tom conforme a incidência de luz, e bronze —
para simbolizar o nascer e o por do sol, segundo a empresa. O couro do
acabamento acompanhava a cor externa e o sistema de áudio era o mais
moderno da linha Alpine, com toca-DVDs e navegador integrado. Na
mecânica, nenhuma alteração, salvo pelo uso da transmissão mais curta
como padrão.
Com o lançamento do novo supercarro em setembro, no Salão de Frankfurt,
o Diablo entrava na galeria de grandes Lamborghinis do passado. Ele não
foi só o carro mais veloz do mundo ao surgir no mercado, mas o último
dos esportivos brutais, que exigiam músculos e nervos de aço para serem
levados ao limite. A tendência de tornar os supercarros mais acessíveis
ao motorista comum, mais fáceis e seguros de dirigir rápido, foi menos
importante para esse velho e endiabrado touro que o desejo de marcar o
asfalto com grossas faixas pretas feitas por seus enormes pneus, de
desafiar quem estivesse ao volante, de responder com um soco nas costas
quando o pé direito pesasse sobre o acelerador e de lhe retribuir com o
som gutural do clássico, imortal V12 de Sant'Agata Bolognese.
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