

O vidro traseiro erguia-se junto
da tampa, que dava acesso ao motor de construção plana; sem preço
competitivo, o TC durou só quatro anos |
A
área envidraçada era ampla e a grande tampa traseira (que levava junto o
vidro) facilitava o acesso e a colocação de pequenas bagagens. O motor
era coberto por uma tampa com material fonoabsorvente, mas quando
exigido o ruído interno chegava a incomodar. Media 4,20 metros de
comprimento, 1,62 m de largura, 1,31 m de altura e 2,40 m entre eixos e
seu peso era de 920 kg. Por dentro, pouca coisa mudava em relação ao
modelo anterior. Tinha bancos mais modernos na frente, mas atrás ficava
muito a dever em conforto. A propaganda anunciava quatro lugares, um
evidente exagero. O painel simples oferecia velocímetro, marcador de
combustível e relógio.
Usava o mesmo motor do VW 1600 TL
e da perua Variant. O boxer de construção plana, em que a turbina fixada
ao virabrequim reduzia a altura do motor completo, era alimentado por
dois carburadores de corpo simples. Não era tarefa fácil deixar os dois
com a regulagem correta. O desempenho permanecia modesto, assim como a
estabilidade, mas este cupê feito em São Bernardo do Campo não tinha
grandes pretensões esportivas.
O TC custava 13% a mais que o antigo Karmann Ghia, mas era 36% mais
barato que o Puma GTE, que também já usava motor VW. Por quase a mesma
quantia podia-se adquirir um Corcel
GT e, se o cliente pudesse pagar mais 27%, levaria um
Dodge Dart cupê para casa, com
desempenho muito superior. O novo Volkswagen, portanto, não era um carro
com preço competitivo e oferecia pouco para sua proposta de esportivo.
Tinha estilo bonito e moderno frente aos outros nacionais, mas lhe
faltava o charme do original.
Em 1971 a produção do Karmann Ghia 1600 era descontinuada, depois de
nove anos de sucesso desde a versão 1200. Foram 23.402 cupês e apenas
176 conversíveis. No ano seguinte a Volkswagen lançava o
SP2, desenhado no Brasil. Muito mais elegante
que o TC, ofuscou sua carreira. O "Porsche 911 nacional" deixou o
mercado em 1975 após 18 mil unidades produzidas.
O primeiro Karmann Ghia provoca suspiros até hoje e é muito cobiçado no
mercado de antigos — do conversível nem se fala.
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