|
As diferenças para o NSX-R já conhecido estavam na
carroceria alargada, defletor dianteiro e difusor de ar traseiro mais
pronunciados, suspensão mais baixa e um curioso coletor de ar no teto,
não funcional nos carros de rua, mas capaz de direcionar ar ao sistema
de admissão na versão para as pistas. Em 2004 a produção do esportivo da
Honda era transferida da fábrica de Tochigi — antes exclusiva, agora
compartilhada com o roadster S2000 e o cupê híbrido Insight — para a de
Suzuka.
Já no ano seguinte, em julho, a fábrica anunciava que a história do NSX
chegava ao fim e que começava o desenvolvimento de seu sucessor. Um
substituto que, é verdade, vinha sendo previsto pela imprensa desde
2001, com expectativa de um motor V8 de cerca de 400 cv e lançamento
previsto para 2004. Dali em diante, durante anos se falou nos planos de
um supercarro com motor V10, aguardado para 2010 — o que chegou a ser
confirmado em 2007 pelo presidente da filial norte-americana da Honda,
Tetsuo Iwamura. O carro-conceito HSC ou
Honda Sports Concept, do Salão de Tóquio de 2003, provavelmente
serviria de base para o novo carro. Contudo, em dezembro de 2008 o
presidente da matriz, Takeo Fukui, anunciou que o cenário de crise
econômica mundial havia levado a empresa a cancelar o projeto.
Mesmo que nunca venha a ter sucessor, o NSX passou à história como um
dos marcos da indústria automobilística japonesa, um projeto reconhecido
até mesmo por uma autoridade no assunto como o sul-africano Gordon
Murray, criador do McLaren F1.
Em uma entrevista, Murray admitiu: "No momento em que dirigi o NSX,
todos os carros — Ferrari, Porsche, Lamborghini — que eu vinha usando
como referências no desenvolvimento de meu carro sumiram de minha mente.
É claro que o F1 precisaria ser mais rápido que o NSX, mas o
comportamento dinâmico e o conforto de marcha do Honda seriam meus novos
alvos de projeto."
Além das inovações técnicas que introduziu, o NSX pode ser considerado o
primeiro superesportivo planejado para oferecer conforto e facilidade de
uso no dia-a-dia. O fato de ter mantido o desenho original por 15 anos,
apenas com uma reforma dianteira, e de pouco ter sido modificado na
mecânica por tal período comprova a excelência de seu projeto, que
deixaria orgulhoso o fundador Soichiro Honda, falecido em 1991. |