Baseado no 406, vinha com pistões forjados — os únicos em um V8 de bloco grande da marca —, trem de válvulas mais leve, taxa de 11,6:1 (o que exigia gasolina Super Premium, de alta octanagem), coletor de admissão de alumínio e ignição eletrônica, novidade na época. Havia opção por um ou dois carburadores quádruplos Holley, o que o deixava com 410 cv e 65,8 m.kgf, no primeiro caso, e 425 cv e 66,4 m.kgf no segundo — valores que muitos dizem serem subestimados pela fábrica para não assustar a opinião pública.

Apenas detalhes externos e internos mudavam no modelo 1964, que incluía este sedã ao estilo hardtop, sem coluna central

Outra novidade técnica era o V8 de 289 pol³ (4,75 litros) de nova família, que ficaria conhecida como Windsor em alusão à cidade onde era produzida, na província canadense de Ontário. Com carburador duplo fornecia 195 cv, vantagem de 25 cv sobre o veterano 292 que ele substituía. Já o motor 406 era descartado.

No meio do ano-modelo era lançado o cupê Sports Roof (teto esportivo), 5 cm mais baixo que o hardtop normal, com o fim de melhorar a aerodinâmica. A Ford chegou a fazer 50 unidades com esse desenho e uma extensa redução de peso, por meio de pára-lamas dianteiros, capô e pára-choques de plástico reforçado com fibra-de-vidro; interior despojado, com bancos concha extraleves; e diversos componentes mecânicos de alumínio. Um Galaxie como esse, com o motor de 425 cv, fazia o quarto-de-milha em 12 s.

O estilo que chegou ao Brasil, com faróis sobrepostos, foi adotado nos EUA em
uma ampla linha que passava por sedãs, cupês, conversíveis e peruas

Em 1964, o último ano com a mesma carroceria, a Ford concentrou as mudanças no acabamento interno e eliminou a versão básica da linha, pois o modelo inferior Custom retornava ao mercado. Por fora, a grade era (mais uma vez) modificada e surgia um ornamento nas laterais, ligando os faróis às portas dianteiras.

O "Cammer" 427  
O desenho do Galaxie 1965 era o mesmo com que, dois anos mais tarde, ele chegaria ao mercado brasileiro. Imponente, trazia faróis duplos em linha vertical e um aspecto imponente, sem ligação com o dos anos anteriores. O interior tinha um painel mais à frente, para ganho de espaço, e acelerador suspenso. Com 17 versões, o acabamento mais luxuoso era o 500 LTD, que incluía controlador de velocidade e abertura elétrica do porta-malas. O comprimento chegava a 5,41 m, com o mesmo entreeixos de 3,02 m. Continua

Nas pistas
O Galaxie foi por vários anos o representante da Ford na Nascar, a categoria mais popular do automobilismo americano, iniciada em 1948 com modelos de produção normal (leia história). Sua participação nas pistas trouxe diversas melhorias às versões de rua, incluindo os motores mais potentes de sua história, já que o regulamento exigia a venda ao público dos recursos aplicados na competição.

Em 1961, interessada em melhorar a aerodinâmica, a Ford adotava alguns recursos também disponíveis nas concessionárias. A primeira tentativa foi a Starlift, uma capota rígida e removível para o conversível Starliner. Não deu certo: a Nascar entendeu que aquela não era uma opção normal de produção e impediu seu uso nas provas. A fábrica então lançou acessórios para redução de peso — pára-choques de alumínio e painéis de carroceria em plástico reforçado com fibra-de-vidro —, mas a categoria não aceitou mais uma vez. Os Galaxies assim equipados tiveram de passar à classe Factory Experimental (experimental de fábrica), onde não conseguiram a visibilidade publicitária que a empresa buscava.

Depois de uma atuação modesta em 1962, no ano seguinte o Galaxie chegava com tudo. Estava com o teto rebaixado Sports Roof, opcional de produção para o cupê hardtop, e o motor V8 427 no lugar do 406.

O resultado foram 23 vitórias na classe Grand National, incluindo os cinco primeiros lugares em Daytona, mas um Pontiac foi o campeão naquela temporada. O bom resultado manteve-se em 1964, com a estréia da carroceria de plástico. O Galaxie correu e brilhou tanto nos EUA quanto na Inglaterra, embora enfrentasse lá carros bem menores e mais leves.

Finalmente, em 1965 Ned Jarrett era campeão com um Galaxie, ao vencer 13 provas e obter nove pole-positions. Foi o único título do carro, porém: o modelo Torino, menor e mais apropriado, é que levaria os campeonatos de 1968 e 1969.

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