
A versão CEM (acima) e um motor
turbodiesel de 2,4 litros foram, para o Alfetta sedã, as últimas
novidades antes da substituição pelo Alfa 90


A queima de pneus não era
meramente ilustrativa: o GTV6 Twin Turbo da Callaway, com dois turbos e
233 cv, certamente podia fazê-la real


Com motor V6 de 2,95 litros e
186 cv, a versão sul-africana esbanjava desempenho e tornava-se o carro
mais rápido oferecido naquele país |
Na Itália surgiam para
o sedã duas novas versões: a Turbodiesel de 2,4 litros, com 95 cv, e a
CEM (em alusão ao controle eletrônico do motor), com apenas 991 unidades
produzidas. Os cupês mantinham o nome, mas sofriam alterações como friso
lateral, relação de transmissão e interior. Vinha também a série
especial GTV6 2.5 Grand Prix, com 200 unidades para o
mercado alemão e 300 para o francês.
O pacote para a
Alemanha foi produzido pela empresa alemã Hackner. As cores disponíveis
eram vermelho, prata e preto e o carro tinha faróis de neblina no
defletor, este da cor do carro, assim como as saias laterais,
para-choques e grade. As rodas eram de alumínio da alemã Rial. Por
dentro havia revestimento em couro e instrumentos adicionais. Para o
mercado francês, o Grand Prix tinha para-choques, defletores e saias
feitos pela italiana Lester e, tanto no capô como nas laterais, filetes
com a inscrição Production — uma comemoração ao bicampeonato com
Dany Snobeck e Alain Cudini, com um Alfetta, na categoria para carros de
produção do Campeonato Francês de Turismo.
Potente
nos EUA ou na África
Outra versão especial
mostrada em 1983 foi a da empresa norte-americana Callaway Cars, famosa
por modificar os Chevrolets Corvette e Camaro. Chamado GTV6 2.5
Twin-turbo, levou mais dois anos para chegar ao mercado. Entre as
novidades estavam suspensão revista, rodas de alumínio BBS, Speedline ou
OZ, freios melhorados e, claro, dois turbos, o que levou o motor a 233
cv. Foram feitos cerca de 35 carros, alguns montados pela própria
Callaway e outros por concessionárias Alfa Romeo dos EUA. Um GTV com
duplo turbo também foi construído para o mercado australiano e, na
África do Sul, apareceu uma versão turbo do sedã, o Alfetta 2000 Super
Executive Turbo.
O Alfetta de quatro portas saiu de linha em 1984, sendo sucedido pelo
Alfa 90, que aproveitava sua plataforma. Em março do mesmo ano, o
Alfetta cupê teve uma nova edição especial produzida na filial
sul-africana com peças da Autodelta. Com 200 unidades, o GTV 3.0 V6
objetivava homologar o carro para competições locais e tinha motor de
2,95 litros com 186 cv a 6.700 rpm e 26,5 m.kgf a 4.300 rpm — ao lado do
ronco musical que os alfistas tanto apreciam. O desempenho causava
sensação: máxima de 225 km/h e 0-100 em 8,3 s. Entre as alterações, um
defletor dianteiro mais acentuado, bancos Recaro e tanque de combustível
para 75 litros.
A revista Car publicada no país anunciou esse GTV como o
carro de produção mais rápido daquele mercado. "Os sul-africanos estavam
cansados de ser ultrapassados pelos BMWs de 3,5 litros e pensaram que
mais meio litro de cilindrada resolveria. E resolveu. O novo carro
estreou em competições vencendo uma prova de duas horas do Grupo 1 em
Kyalami, no ano passado, e foi primeiro e segundo na corrida de três
horas em Killarney".
E como era dirigi-lo? Segundo a Car, "ao lado de seu puro
desempenho e do soberbo comportamento dinâmico, que estão em uma classe
própria, o grande prazer vem de seu motor, que combina enormes reservas
de uma potência nervosa a uma docilidade de operação. Em última marcha,
você pode rodar a 60 km/h com menos de 2.000 rpm e então acelerar
suavemente, sem nenhuma brutalidade, até a velocidade máxima — um ótimo
recurso em um carro cujo comando de câmbio, embora aceitável, está entre
seus pontos fracos".
No ano seguinte foi a vez do GTV6 2.5 Grand Prix para a
Suíça. As 800 unidades tinham diversas peças
produzidas pelo encarroçador italiano Rayton Fissore: para-choques,
defletor com faróis auxiliares, saias laterais, aerofólio traseiro e
alargadores de para-lamas. As rodas eram especiais da Speedline. O carro
foi vendido também na Austrália, Bélgica e Holanda. Meras 28 unidades do
GTV6 saíram com catalisador, em 1986, para venda na Suíça, o que levou a
potência a cair para 150 cv.
Pouco depois encerrava-se a produção do GTV 2.0 e do GTV6, os últimos
dessa linhagem marcante na história da marca de Milão. O pequeno Alfa —
tradução para Alfetta em italiano — foi mesmo um grande carro.
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