Mas havia um fator que inviabilizava o projeto: dinheiro. Com a recessão que assolava a Alemanha, seria impossível desenvolver um carro de corrida para tão poderoso motor. Então os diretores, com esboços debaixo do braço, foram bater à porta da sede do governo alemão e pedir ajuda diretamente a Adolf Hitler, que se havia tornado chanceler no início de 1933. Hitler, que gostava de automóveis, ficou entusiasmado com o projeto e liberou a verba para a construção do carro. O governo nazista ainda ficou a cargo da publicidade e promoção dos Grandes Prêmios.

O patrocínio do governo nazista foi, ironicamente, o que permitiu que a história contasse com as boas memórias dos Flechas de Prata, como este Type D de 12 cilindros

De certa forma era um excelente investimento para o governo alemão, que tinha como objetivos elevar o moral do povo germânico e conquistar sua simpatia. Hitler via nas pistas de corrida uma oportunidade promissora, assim como em outras modalidades esportivas. No total, o governo investiu mais de 450 mil marcos na Auto Union, para desenvolver seu monoposto, e da mesma forma também encheu os cofres da Mercedes.

O desenvolvimento   Em março de 1933, Porsche e os diretores da Auto Union haviam estabelecido os parâmetros para o novo carro. Teria de ser bastante leve, com peso máximo de 800 kg a seco (logo reduzido para 750 kg, para se adequar ao regulamento de 1934), além de desenvolver 250 cv e atingir velocidade superior a 250 km/h. Seu desenho era inovador e fugia totalmente dos padrões da época. Para que o projeto saísse do papel, um time de 60 técnicos foi contratado para a construção do protótipo inicial. Esses operários passaram a ser coordenados por profissionais de renome, que formaram grupos distintos responsáveis pelo desenvolvimento de cada parte do carro — motor, chassis, suspensão. Como o tempo era curto e o trabalho complexo, outros 40 técnicos foram adicionados à equipe.

O Type C de 16 cilindros em uma prova de subida de montanha: a corrida do German Hillclimb Championship em Schauinsland, em 1937, vencida por Hans Stuck com um Auto Union

Tudo era feito no pequeno prédio em Zwickau, a sede da divisão esportiva da Auto Union. Como a diretoria tinha pressa em colocar o carro nas pistas, para que em 1934 estivesse apto para competir, a equipe trabalhava em três turnos. Em agosto, apenas seis meses após o início dos trabalhos, o motor e a estrutura do protótipo já estavam prontos. Os primeiros testes em dinamômetro indicavam uma potência de 200 cv a 4.500 rpm, que Porsche havia estabelecido como rotação máxima. Um desempenho satisfatório, mas ainda eram necessários ajustes. Continua

Em escala



A CMC produz em 1:18 o Type D de 1938 — prateado, é claro —, com notável detalhamento: rodas raiadas, banco revestido em tecido, capô do motor removível, pormenores do grande V12.

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