





Do alto para baixo, Porsche
914/6, Ford Maverick V8, os Chamonix 550 Spyder e 356 Speedster e, no
topo à direita, o projeto Lavínia da FEI: outras atrações de um encontro
com muito o que ver
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Festival de beleza
O capricho dos carros é uma constante nesse tipo de evento, mas, se o
BCWS tivesse de eleger o Número 1 do dia, certamente seria o Puma
GTE 1972 do carioca Paulo Eduardo Lomba. Além da pintura laranja
impecável, a superfície de plástico mostra-se absolutamente lisa, como
se tratasse de produção em SMC, prensada, e não aplicação de plástico e
fibra de vidro no molde, o processo do Puma. Não bastasse, o modelo
possui equipamentos opcionais de fábrica, o pacote chamado Rally da
época, que consistia lubrificação a cárter
seco, manômetro e termômetro de óleo e limpador pantográfico do lado
do motorista.
Por conta do colecionador, o motor de 1.955 cm³ (diâmetro dos cilindros
de 90,5 mm e curso dos pistões de 76 mm) tem comando de válvulas Engle
de 286°, válvulas de admissão de 42 mm e escapamento, 37 mm, dois
carburadores Weber 44 IDA, polia do virabrequim pequena, ignição
transistorizada (do Fusca a álcool) e diferencial 3,88:1 (SP2 e últimos
Fuscas). Tem ainda uma parruda barra estabilizadora dianteira de 19 mm
de diâmetro e sistema de ajuste de altura da suspensão traseira, o que
acaba influenciando na cambagem das
rodas desse eixo. O motor foi medido com 120 cv a 6.300 rpm e o carro
atinge 200 km/h, segundo o proprietário.
Outro belo Puma é o do empresário Carlos Eduardo Prado, um GTE 1971 com
motor 1,8-litro. Mas havia dezenas de exemplares muito chamativos, da
marca festejada e outras. Caso de um impecável VW-Porsche 914/6 e do
potente Ford Maverick de Luiz Fernando Baptista — o grande vencedor do
dia. Até o Lavínia, um autêntico GT desenhado por Rigoberto Soler,
estava presente e andou no circuito. E um Trabant 601, o pequeno carro
com motor de dois cilindros a dois tempos, produzido na ex-Alemanha
Oriental, estava exposto aos olhares dos curiosos.
Havia também três unidades do Lobini H1, o novo carro esporte
brasileiro, cujo início do desenvolvimento foi feito em sociedade com a
Chamonix e nas instalações desta (no final de 2004 foi inaugurada a
fábrica do Lobini, em Cotia, região da Grande São Paulo). O carro
realmente impressiona pelas linhas agradáveis e ao mesmo tempo
intimidantes e pelo motor VW/Audi 1,8 turbo central-transversal de 180
cv, capaz de levá-lo a mais de 230 km/h e acelerar de 0 a 100 km/h em
menos de seis segundos, segundo a fábrica. A execução é cuidadosa e o
peso de apenas 1.025 kg contribui para o ótimo desempenho.
Um dos Lobinis estava com motor preparado que, segundo o fabricante,
desenvolve 220 cv e se trata de uma versão opcional. Pilotado por Alaor
Espósito, piloto-engenheiro da fábrica, foi segundo na classificação
geral, com o tempo de 1:16,65 s, média de 93,93 km/h.
"A idéia agora é realizar o Challenge Chamonix-Pirelli todo ano", disse,
animado e satisfeito, Newton Masteguin, no anúncio dos vencedores em
cada categoria. É torcer para que assim seja.
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