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Carros do Passado

Extravagância mecânica   Sem dúvida, por mais suntuoso que fosse o automóvel, o que fez do V16 um clássico foi seu motor. Bloco e cabeçotes eram fundidos em ferro e níquel, e o cárter, de silício-alumínio. Esse marco da engenharia foi lançado com cilindrada de 7,4 litros, válvulas no cabeçote e tuchos hidráulicos. Basicamente, era um par de motores de oito cilindros em linha montados em V, num ângulo de apenas 45°, o correto para equilíbrio das forças de inércia num V16. Dependendo da taxa de compressão escolhida, desenvolvia de 165 a 185 cv de potência bruta a 3.400 rpm e atingia velocidade máxima de até 160 km/h.

O primeiro motor V16 do mundo: como dois oito-em-linha unidos por baixo e com os periféricos duplicados, resultava em 7,4 litros e potência de 165 a 185 cv, conforme a taxa de compressão usada

O câmbio era de três marchas sincronizadas e os freios mecânicos a tambor nas quatro rodas tinham assistência a vácuo. Enorme, o carro media 3,76 metros entre eixos e usava rodas de 19 pol com pneus 7,00-19, logo redimensionados para 7,50-19.

Um motor tão imponente não apenas deveria funcionar com perfeição, mas precisava ser tão belo quanto as carrocerias que o escondiam. Seu compartimento era bem organizado, esmaltado e lustrado. A fiação, a tubulação e demais controles eram ocultados por tampas. Os cabos de velas surgiam por trás da tampa do distribuidor duplo e desapareciam dentro do V. A caixa d'água do radiador vinha com bobinas duplas encaixadas. E, num toque de classe, as pontas do cano duplo de escapamento terminavam na forma de leque.


Dois modelos esporte com a "soleira de coche": o 4285, um conversível Victoria para cinco passageiros (em cima), e o 4276, cupê para dois ocupantes com o pára-brisa similar ao da série Madame X. Acima, o painel de um modelo dessa série

O ângulo estreito que formava o V do motor permitia a montagem externa dos distribuidores e de carburadores duplos. Mas as tubulações foram mudadas para a parte superior do compartimento — os respingos d’água da estrada afetavam os carburadores Cadillac/Johnson. A lubrificação era por bomba de óleo, com um termostato para fechar a entrada da ventilação do cárter em temperaturas mais baixas. Uma única corrente movia o comando de válvulas e o dínamo. Uma extensão do induzido na parte traseira deste movia a bomba d'água. Continua

Ilustres proprietários
Além de vários estadistas mundo afora, a Cadillac foi por muito tempo uma das marcas favoritas dos fora-da-lei. O lendário Al Capone causava temor pelas ruas de Chicago a bordo de um sedã V16 1930/1931. Teve pelo menos mais um modelo, um sedã da série 90 1940. Ma Barker, outra figura notória do crime, assaltava bancos com os filhos e dirigia uma limusine V12.

Mas a eventual publicidade negativa era pouca para tanta aceitação em Hollywood. A emoção do cinema nunca foi tão fundamental para animar os espíritos quanto durante a Depressão dos anos 30. Era o auge do star-system, o lançamento e consagração de estrelas pelos estúdios, do qual um bom número de fãs do V16 fazia parte. Gary Cooper preferiu um cupê conversível 1938. Um Town Car foi a escolha de Joan Crawford em 1933, assim como a de Eddie Cantor em 1940.
Um carro igual ao de Joan, em exposição no Keyaerts Cadillac Museum, em Langeais, França, é descrito como o que pertenceu a Marlene Dietrich. A atriz alemã também circulou pela Europa a bordo de um modelo 1935.

Al Jolson era dono de um Phaeton 1933. O comediante W. C. Fields colecionava um cupê 1938, um sedã e um conversível de 1939. O diretor e produtor de clássicos Cecil B. De Mille sabia escolher carros à altura de seus filmes, como seu Town Car 1930/1931. Já o jazzista Duke Ellington comprou um Roadster 1931.

O Cadillac V12 também tinha espaço na capital do cinema. James Cagney, um dos vilões mais populares da época, teve o seu Special Phaeton 1931. A "vênus platinada" Jean Harlow passeava em um Town Car 1934. Jack Palance possuiu um sedã 1937 aos 19 anos.

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