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Trabalho complexo   Sobrealimentar o motor do Brava com 1,2 kg/cm² não é tarefa fácil. Os resultados, no entanto, serão brutais. De início deve-se converter o motor para uso de álcool, pois com tanta pressão e uma alta taxa de compressão, de 10,3:1, fica impossível evitar detonação sem usar um combustível menos propenso a isso.

Novamente pode-se lançar mão de remapeamento ou caixas de gerenciamento paralelas, tanto para fazer a conversão para álcool como para adaptar a alimentação e a ignição às condições impostas pelo turbo. Pode ser necessário trocar os bicos injetores originais, dependendo do método de conversão e adaptação escolhido.

Os resultados obtidos, em termos de torque e potência, chegam a preocupar do ponto de vista da resistência do motor -- o projeto não previa tanto esforço. Se as condições de uso forem severas, como provas de arrancada, será prudente adotar bielas e pistões reforçados (forjados se possível). Mas obter tais peças para este motor pode ser difícil, devido à pequena procura no Brasil.

O câmbio sofrerá do mesmo mal e deverá ser reforçado, mas não será fácil achar peças para fazer este trabalho. O câmbio do Marea Turbo é uma boa opção neste caso, sobretudo se considerarmos o alongamento recomendado para estas condições. A velocidade final está limitada a 256,5 km/h com o câmbio do Brava, mas com o do Marea será possível chegar aos 261,2 km/h possíveis com o câmbio ideal.

Simularam-se a condição original; a troca do motor e câmbio pelos do Marea Turbo; a preparação com turbo e intercooler a 0,5 kg/cm²; e a preparação com turbo e intercooler a 1,2 kg/cm² usando álcool como combustível. Observe os resultados esperados:

As rotações iniciais para arrancada são as recomendadas para obter menores tempos sem "queimar" embreagem. Os tempos de patinagem consideram a equalização da carga pelo condutor após o início da arrancada e troca de marchas.

Algoritmo de simulação de preparação de motores desenvolvido pelo consultor Iran Cartaxo, de Brasília, DF.

Nesta tabela, gerada pelo novo Simulador de Preparação Sênior, podem-se observar como diferenças, em relação a consultas anteriores, principalmente os dados referentes aos pontos ideais de troca de marchas e os dados de consumo. Há também diversos dados acessórios referentes ao fluxo do motor, desempenho e comportamento dinâmico. Claro que os parâmetros de desempenho, apesar de bem próximos dos reais, só serão obtidos em condições de pista plana e de bom atrito, e com um piloto experiente.

Vale observar que nesta simulação foi colocado o limite de rotação em 7.200 rpm para o carro original, mas nas preparações o limite foi eliminado. Por isso, observa-se na simulação que as trocas de marcha para o carro original ocorrem sempre no limite de rotação. Isso ocorre porque o Brava HGT tem regimes de rotação muito altos, o que exige que o motorista "estique" as marchas até o limite de rotação para ter o rendimento máximo.

O resto do carro também deve passar por ajustes. Para a suspensão, devem-se adotar conjuntos de molas e amortecedores mais firmes. Os do Marea Turbo servem bem para as preparações menos potentes, já para a mais forte é bom encomendar um conjunto apropriado em oficinas especializadas.

Os freios seguem o mesmo padrão. Apesar de os originais suportarem bem, é recomendável adotar o conjunto do Marea Turbo, com discos maiores (ventilados de 281 mm Ø à frente e discos de 240 mm Ø atrás) que os do HGT (257 mm Ø à frente e tambores de 228 mm Ø atrás). Para a preparação mais forte, podem-se ainda acrescentar ao conjunto do Marea pastilhas mais macias. Os pneus usados hoje atendem bem às preparações, exceto à mais forte, que se beneficiaria de pneus de 245 mm de seção. Afinal, quase 300 cv serão despejados nas rodas dianteiras.

O simulador gera ainda outra boa quantidade de dados tratados em forma de gráficos. Vale a pena observá-los para os interessados em saber como se passa toda a arrancada em termos físicos, ou ainda, inferir tempos e velocidades para distâncias diferentes de 400 m. Aos mais técnicos são interessantes as curvas de potência e torque, assim como a resistência evoluindo através das marchas e velocidades (veja a página de gráficos).

Para fazer o Brava valer sua aparência -- ou até surpreender --, basta estar disposto a gastar o necessário e tomar algumas decisões com base nos dados simulados, além de selecionar bons profissionais e fornecedores para a empreitada. O resultado será realmente exclusivo e de assustar os esportivos mais "bravos". Continua

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