por Iran Cartaxo Gol 1.000 Turbo pode acelerar de 0 a 100 em 7,6 s
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Muitos leitores já deviam estar esperando uma consulta para este motor, o primeiro 1.000 turbo do país -- e logo um motor VW, que tem tanto apelo no mundo da preparação nacional. Expectativa justificável, pois se trata de um esportivo com um motor peculiar, preço razoavelmente acessível, e todos sabem das possibilidades de preparação que um turbo abre. Este motor é realmente uma obra de engenharia bem acabada. Recebeu reforços e aprimoramentos na parte mecânica, como turbo de baixa inércia, intercooler eficiente, válvula de prioridade com retorno, comando de válvulas com variador de fase, pistões forjados, saias de pistão grafitadas, lubrificação aprimorada e jato de óleo na base dos pistões, radiador de óleo, válvulas de escapamento com núcleo de sódio... lista longa? É porque ainda não falamos da central eletrônica deste motor. A eletrônica embarcada no VW turbo é um caso a parte. Tudo é controlado pela central, desde a pressão do turbo até o comando de válvulas. E ela dispõe de informações suficientes para saber tudo o que acontece no motor -- nesta tarefa entram dois sensores de detonação, sensor de pressão e de vazão de ar, sensor de fase e outros. |
As curvas de potência (as mais altas) e de torque estimadas para o Gol 1.000 16V Turbo original (em azul); com aumento de pressão (em verde); e com álcool e aumento de pressão (em vermelho) |
O motor utiliza muitas
das técnicas citadas em diversas respostas neste Consultório,
como válvula de alívio com retorno, intercooler, turbo
de baixa inércia, controle eletrônico de pressão do
turbo, tomada de ar em local fresco. Até parece que os
engenheiros da VW leram o Best Cars Web Site antes
de planejar este motor! Bom humor à parte, estes
recursos na verdade são refinamentos de engenharia para
motores turbo consagrados, mas pouco usado pelos
preparadores nacionais e que não foram usados em sua
totalidade nos primeiros turbos originais do Brasil. Mas porque a VW usou tantos recursos de ponta? Para fazer um motor turbo de altíssimo rendimento. Sendo um motor 1.000, se o rendimento não fosse alto, o turbo não valeria a pena. Assim foi possível usar altíssima pressão, chegando a picos de 1,4 kg/cm², manter gasolina como combustível e ter um motor -- ao que consta -- confiável. E muitos preparadores diziam ser impossível alta pressão do turbo usando gasolina. Imaginem! Se este motor funciona com 1,4 kg/cm² e taxa de 8,5:1, por que não seria possível 0,8 kg/cm² em carros com taxa de 10:1? É tudo questão de fazer bem feito e com a tecnologia certa. Mas muitos argumentariam que isso só é possível devido aos incrementos mecânicos que este motor sofreu, e que são inviáveis financeiramente de se reproduzirem em um motor turbo adaptado. Nem tanto: a VW colocou toda esta proteção no motor -- pistões, válvulas, lubrificação, etc. -- porque ela tem de oferecer garantia e durabilidade aceitável, tinha de prever as mais diversas condições a que o motor poderia ser exposto, e não queria abrir mão da alta pressão. Ainda assim, fica uma pergunta no ar: usando 1,4 kg/cm² este motor não deveria render mais, como indicam muitas simulações feitas para carros 1.000 neste Consultório? Claro que um motor turbo original atinge potência máxima menor que um adaptado, caso já explicado em uma consulta de Tempra 16V com turbo adaptado (saiba mais), mas isso não explica tudo. O caso é que no Gol os 1,4 kg/cm² não estão presentes o tempo todo. Como a central do motor atua sobre a válvula reguladora de pressão de superalimentação, pode determinar a pressão de turbo que considerar mais adequada. Desta forma pode-se obter uma curva de torque mais plana, tendo maior pressão de turbo quando a eficiência volumétrica seria menor, e reduzindo a pressão quando o motor já pode fazer uma parte maior do trabalho. Isso também ajuda na proteção contra detonação, já que quando o risco é maior, uma pressão menor é usada. Nas condições de potência máxima a pressão fica, em geral, em torno de 0,9 kg/cm², sendo o resto da diferença de rendimento explicado pelo fato de ser um turbo original, onde o motor é configurado para render em baixos regimes de rotação. Extraindo o melhor E quanto a
melhorar este belo trabalho? Digo-lhes, não é tarefa fácil
retirar ainda mais potência deste motor. O maior risco
é que o motor já está no limite, já é muito
otimizado para uso em rua. Mesmo com taxa de compressão
relativamente baixa e o recurso da pressão variável,
ele trabalha sempre próximo do limite de detonação. |
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