por Iran Cartaxo Jeep Willys: como obter mais torque do motor Opala 2,5
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Desta forma o
proprietário que pretende preparar seu carro para uso em
trilhas deve mesmo dar muita importância à curva de
torque e compreender o que ela significa. A curva de
torque indica o torque fornecido pelo motor a cada
rotação. Para este tipo de uso, o que se deseja é uma
curva que tenha seus maiores valores logo após as 1.000
rpm. O antigo 4-cilindros do Opala é mesmo um motor
adequado para fornecer esse tipo de curva de torque, por
isso é muito usado pelo "jipeiros". O único
problema são seus valores máximos de torque não tão
altos -- mas essa condição pode ser revertida. Deve-se optar por preparações que não alterem muito o regime de rotação do Opala 2,5. Entre elas estão a sobrealimentação e o aumento de capacidade cúbica. A preparação aspirada, com troca de comando de válvulas, carburador e coletores, deve ser evitada como única fonte de força extra para este motor. Apesar de ser possível conseguir mais torque com esta receita, os regimes de rotação são fatalmente elevados e os resultados são sentidos mais expressivamente em rotações mais altas -- e não no foco do objetivo da preparação, que são os regimes de baixa, ou de torque. Pode-se, porém, combinar uma preparação aspirada a um aumento da capacidade cúbica do motor, o que dará bons resultados, ou até combina-la com a sobrealimentação. Assim os anseios de torque abundante desde cedo podem ser satisfeitos. Para aumento da capacidade cúbica deste motor a opção é o já conhecido kit 3-litros, que pode ser encontrado em algumas lojas de preparação e consiste basicamente de um virabrequim de maior curso e de um conjunto de pistões do motor 4,1 do Opala. Apesar da necessária usinagem, o motor não é fragilizado, pois devido a seu projeto bastante antigo ele tem uma margem de segurança bem grande, podendo-se proceder esta modificação sem maiores preocupações. Com o aumento de curso em relação ao diâmetro do pistão, este kit torna o motor ainda mais subquadrado (saiba mais), o que acentua as qualidades de torque em baixa rotação, já que o motor passa a dispor de uma alavanca interna maior. A outra opção seria a sobrealimentação, mas a mesma deve estar presente de forma constante, desde baixas rotações. Isso descarta o óxido nitroso, que tem uma entrada em operação brusca e causaria perda de tração. Assim, deve-se ficar entre um turbo de baixa inércia, que entre em operação já em baixas rotações, e um sobrealimentador acionado mecanicamente, podendo ser um blower ou um compressor centrífugo de acionamento mecânico. A preparação aspirada simulada envolve um típico comando de 270°, coletor de escapamento dimensionado, carburador de dimensão um pouco maior que o original (muito maior prejudicaria o torque), aumento de 1 ponto na taxa de compressão e reajuste no avanço, maximizando o ponto de ignição. Uma preparação aspirada leve visando principalmente obter torque e alterando ao mínimo os regimes de rotação. Mesmo assim a curva de torque é um pouco deslocada para giros mais elevados (observe as curvas simuladas) e seu aumento não é tão expressivo. A outra receita envolve o aumento de capacidade cúbica para 3 litros com o uso do kit já citado, e com os devidos redimensionamentos na alimentação e reajustes na ignição. A última simulação foi feita para um turbo de baixa inércia, operando com pressão de 0,8 kg/cm² e intercooler, com os devidos reajuste da ignição e alimentação, sem alteração no combustível usado. Confira o desempenho simulado para as preparações: |
Original | Aspirado | Kit 3-litros | Turbo a 0,8 kg/cm² | |
Potência máxima | 84 cv | 114 cv | 105 cv | 157 cv |
Rotação de potência máxima | 4800 rpm | 5450 rpm | 4700 rpm | 4800 rpm |
Velocidade máxima | 125 km/h | 138 km/h | 135 km/h | 152 km/h |
Rotação à velocidade máxima | 4470 rpm | 4945 rpm | 4820 rpm | 5435 rpm |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 28,0 s | 22,1 s | 23,5 s | 18,0 s |
Torque máximo | 16,9 mkgf | 17,5 mkgf | 21,2 mkgf | 30,4 mkgf |
Rotação de torque máximo | 2600 rpm | 2950 rpm | 2450 rpm | 2600 rpm |
Alteração recomendada na relação de transmissão | - | 9,3 % mais curto |
2,4 % mais longo |
13,2 % mais longo |
Aumento recomendado na injeção de combustível | - | - | - | 66,7 % |
Aceleração longitudinal no interior do veículo | 0,22 g | 0,28 g | 0,26 g | 0,34 g |
A margem de erro é de 5% (para cima ou para baixo), considerando-se instalação bem-feita. Calculamos a aceleração de 0 a 100 km/h e a aceleração longitudinal máxima (sentida no interior do automóvel) a partir da eficiência de transmissão de potência ao solo do carro original. Para atingir os resultados estimados pode ser necessária a recalibragem da suspensão, reforços no monobloco e/ou o emprego de pneus mais largos. A velocidade máxima estimada só será atingida com o ajuste recomendado da relação final de transmissão. Os resultados de velocidade são para velocidade real, sem considerar eventual erro do velocímetro. A rotação à velocidade máxima é calculada considerando a relação atual de transmissão. |
Algoritmo de simulação de preparação de motores desenvolvido pelo consultor Iran Cartaxo, de Brasília, DF. |
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