Consultório Técnico


por Fabrício Samahá


Transmissão de variação contínua


Como funciona o sistema de câmbio de variação contínua, usado na Europa por alguns carros de pequena cilindrada? Um sistema semelhante foi tentado na Fórmula 1. Como era esse sistema?

Chico Barbosa
chico.barbosa@usa.net



Utilizada já nos DAF holandeses do final dos anos 50, a CVT -- continuously variable transmission, ou transmissão continuamente variável -- tem princípio de funcionamento similar ao de sistemas usados em ciclomotores. Possui uma correia que liga duas polias de larguras variáveis. À medida em que as laterais de uma polia se afastam, a correia afunda em seu sulco; com as laterais mais próximas, ela corre superficialmente. Com movimentos contínuos e opostos (uma se abrindo, a outra se fechando), as polias alteram sensivelmente a relação de transmissão, como se houvessem marchas infinitas.

A transmissão CVT utilizada no Honda Civic: duas polias que se movimentam em sentidos opostos


As sensações ao volante de um carro com CVT são curiosas. Acelerando forte, a velocidade cresce com o motor no regime de torque máximo. Quando a velocidade desejada é atingida, basta aliviar o acelerador para que o giro caia, baixando os níveis de consumo e ruído. A transmissão equipa modelos da Ford, Fiat, Subaru e Honda -- e não só de baixa cilindrada: o sistema da ZF pode lidar com um torque de até 25 mkgf, como num BMW 323i. Essa robustez se deve às atuais correias metálicas, reforçadas com anéis de aço de alta resistência desenvolvidos pela NASA.

Não temos conhecimento de seu emprego na Fórmula 1, mas houve a tentativa pela Williams para a temporada de 1994. A novidade foi vetada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo), junto a outras restrições feitas pela entidade naquela temporada.



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