

Fusion: remodelação frontal
chama atenção com imensa grade cromada


Camry: estilo mais conservador
serviu de modelo para o novo Corolla


Passat: ar mais esportivo,
exceto pela traseira, e dentro do padrão VW |
Concepção e
estilo
O Camry é um daqueles
modelos japoneses de longa tradição, embora mais recente que Corolla,
Civic ou Accord. Lançado no mercado nipônico em 1982, tinha menores
dimensões que as do atual Corolla e já usava tração dianteira. A atual
geração, a sétima, foi lançada em janeiro de 2006 no Salão de Detroit,
EUA e começou a ser vendida lá e aqui como modelo 2007.
Pouco antes, em agosto de 2005, a Ford mexicana começou a produção do
Fusion com base na plataforma do Mazda 6 de 2003 (o grupo Ford controla
a marca japonesa). No ano seguinte ele chegava ao Brasil e agora em 2009
desembarcou remodelado, conforme apresentado no fim do ano passado nos
EUA. O Passat, por sua vez, começou em 1973 de forma bem conhecida dos
brasileiros — como um fastback de porte
médio —, evoluiu para um três-volumes em 1980 (nosso Santana) e ganhou
novas gerações na Europa em 1988, 1996 e 2005, com algumas remodelações
parciais no meio desse período. Este quinto modelo, baseado na
plataforma do Golf de 2003, chegou ao Brasil em 2006 e é, portanto,
contemporâneo aos concorrentes.
Na reestilização a Ford pegou algo que parecia agradar à maioria — a
grade com três lâminas cromadas — e levou ao extremo, ampliando e
estendendo por cima dos faróis, que trocaram a forma quase quadrada pela
de trapézios horizontais. O efeito pode não agradar a todos, mas se nota
que a aprovação é bem maior ao vivo que por fotos. Na traseira, por
outro lado, as lanternas com moldura cromada (que alguns associavam às
do mercado de personalização) deram lugar a unidades mais comuns, de bom
resultado estético. Como um todo, o Fusion continua elegante e ganhou um
ar mais esportivo que faz muitos adeptos.
Os outros dois são mais tradicionais. O Camry parece um grande Corolla —
na verdade é o novo Corolla que o imitou em escala — e tem o aspecto
típico dos novos japoneses, que os diferencia dos carros de outras
origens. Já o Passat guarda a identidade visual VW na frente, com a
ampla grade cromada (pena que o suporte de placa a encubra em boa
parte), e tem uma traseira conservadora, a nosso ver seu ângulo menos
feliz. Ambos chamam menos atenção que o Fusion e talvez despertem menos
paixões, mas também não causam rejeição.
Um ponto onde o Ford decepciona é a aerodinâmica, com
Cx declarado (nos EUA) de 0,33, ante bem
melhores 0,28 do Toyota e 0,29 do VW. Com a multiplicação pela área
frontal calculada, os índices são de 0,69 para o japonês, 0,72 para o
alemão e 0,81 para o mexicano.
Conforto
e conveniência
Os três interiores são,
como se espera, sofisticados — mas de maneiras diferentes. Se o
revestimento em couro de bancos, portas e volante é algo em comum, os
apliques decorativos seguem dois padrões: no Camry, tradicionais
simulações de madeira clara no console, volante, pomo de câmbio e
painéis de portas combinam-se a elementos em tom prata, enquanto Fusion
e Passat usam apenas imitações de alumínio e aço escovado, de aspecto
mais moderno. A alemão é o único a oferecer couro cinza claro, de bom
efeito visual e mais adequado a um país tropical. Os materiais plásticos
revelam qualidade superior no Toyota, muito boa no VW e apenas boa no
Ford.
O ar mais jovial também está no quadro de instrumentos do Passat, com
quatro módulos circulares, e no do Fusion, com uma vistosa iluminação
permanente em azul-turquesa. O Camry, com luz branca também em tempo
integral pelo conhecido sistema Optitron (a tela do painel é escura para
que só se veja o que tem luz), não poderia ser mais tradicional. Nele, a
região central do painel fica iluminada em um azul claro que tem seu
charme, mas incomoda à noite por não reduzir sua intensidade. As informações
fornecidas são as mesmas nos três, incluindo computador de bordo. O do
Passat tem várias vantagens: duas medições para consumo e velocidade
médios, mensagens em português, consumo instantâneo (no Fusion existe um
mostrador digital com escala para tal função), alerta programável para
excesso de velocidade e consumo informado em nosso padrão de km/l
(litros por 100 km nos demais).
O motorista senta-se bem nos três e conta com ajuste elétrico (opcional
no Passat) do banco em altura, inclinação e ponto
longitudinal do assento e reclinação do encosto. Há ajuste de apoio
lombar em todos, mas elétrico apenas no Passat (em que se pode regular
também a altura desse apoio) e no Camry. Só o VW traz memórias de
posição (três) no do motorista e ajuste lombar também para o do
passageiro, que no Ford ajusta seu encosto manualmente por
alavanca e no Toyota não pode regular a altura do assento. No Fusion
surpreendem os bancos dianteiros firmes e bem envolventes, inesperados
em um carro para o mercado norte-americano, mas o
espaço vertical quando há teto solar impõe regulagem mais baixa
de assento em caso de motorista de grande estatura.
Continua
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