

O interior do Punto fica no
meio-termo em modernidade de formas; seu painel de instrumentos de
aparência simples tem leitura sempre fácil


Seção central do painel e
mostradores são arrojados no Fiesta; embora equivalente em acabamento
aos demais, desagrada em alguns pontos


Embora com instrumentos bem
legíveis e computador completo como o do Punto, o ambiente interno do
Polo não esconde o aspecto antiquado |
À parte a diferença estética, os quadros de instrumentos estão próximos
em informações, apesar da ausência de termômetro do motor no Fiesta
(suprida por luz indicadora de superaquecimento). Embora os três contem
com computador de bordo, apenas no Punto e no Polo ele informa consumo
instantâneo e oferece duas medições independentes, podendo ser usada uma
para a viagem completa e outra para determinado trecho. A iluminação do
Fiat agora é branca, a exemplo dos adversários, e não mais alaranjada, o
que nos parecia mais funcional. No VW houve progresso no modelo 2012: antes vinha em azul e vermelho, com
baixo contraste com o fundo preto.
O Fiesta hatch traz novo sistema de áudio com tecnologia Sync da
Microsoft, que inclui interface Bluetooth
para telefone celular e comandos por voz: o motorista pode ditar ordens
para fazer e receber ligações ou pedir ao sistema que leia, com sua voz
feminina em português do Brasil, mensagens de SMS. Nada que o Blue&Me do
Punto já não oferecesse desde 2007. Em comparação, o Polo traz apenas a
conexão Bluetooth, usada pelos próprios botões do rádio.
Ainda sobre áudio, o
rádio/toca-CDs do hatch da Ford é mais prático de usar que o do sedã —
operações como mudar a pasta de arquivos MP3 foram simplificadas —, mas
deveria ser revisto o comando no volante, que ao contrário dos
concorrentes não traz o elementar
ajuste de volume. Ele tem conexão auxiliar para um toca-MP3 portátil,
enquanto o Punto vem com entrada USB, e o Polo, com USB e para cartão de
memória SD. O do Fiat pareceu-nos o melhor em qualidade de áudio.
O Polo avaliado tinha o teto solar opcional, menor que o habitual, mas
com bom controle elétrico giratório e fechamento conjugado ao dos
vidros, acionável a distância ou pela fechadura da porta. A VW agiu bem
ao não abrir o teto junto dos vidros, pois seria contraproducente quando
se quer refrescar o carro exposto ao sol. Por outro lado, como o teto
todo aberto resulta em incômoda reverberação, o comando foi previsto
para manter fechado quase um terço da área útil. O Fiesta não oferece
opção de teto, mas o Punto sim, e com vantagem: o chamado Skydome
compõe-se de duas partes, dianteira móvel (e maior que a do VW) e
traseira de vidro fixo, ambas com telas para cortar o sol.
Apesar do visual moderno, o interior do Fiesta deixa de fora alguns
itens que os concorrentes trazem: controle automático do
ar-condicionado, função um-toque para o
controle elétrico de vidros (existe só para o do motorista) e
temporizador desses comandos, abertura e
fechamento de vidros a distância,
controlador de velocidade, retrovisor interno
fotocrômico, alarme com proteção por
ultrassom, sensores de estacionamento na
traseira, comando automático para faróis e limpador de para-brisa,
alerta programável para excesso de velocidade e — surpreendente — alças
de teto, que o Polo traz até para o motorista.
Tudo o que o Ford tem a oferecer em contrapartida é o bocal de tanque
sem tampa (basta abrir a portinhola) e o para-brisa com lâmina interna
que contribui para o isolamento de ruídos. Já o Polo traz itens exclusivos
como espelhos iluminados em ambos os para-sóis, porta-copos escamoteável
no painel e acendedor de cigarros; por sua vez, o Punto é o único a vir
com uma faixa degradê "de verdade" no para-brisa (a do Polo, claríssima,
serve de muito pouco) e porta-óculos de teto, mas lhe falta iluminação
na parte traseira da cabine. Os três trazem indicação específica de
porta mal fechada; detalhe prático do Fiat e do Ford é o comutador de
farol só de puxar (no VW é do tipo puxa-empurra).
Quem comprar um desses carros pensando em mais espaço que em outros
modelos pequenos terá uma decepção. Nenhum deles é expoente em
acomodações internas, pois as maiores dimensões externas (menos no caso
do Polo) têm sido compensadas por estruturas cada vez mais volumosas,
como portas e colunas, além de áreas de deformação mais abrangentes na
frente e na traseira — tudo para atender a padrões de segurança em
colisões cada vez mais severos.

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