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Comparativo Completo

C5: quatro marchas, comando manual, muito conforto com estabilidade

Fusion: seis marchas, redução automática, bom ajuste de suspensão

Accord: cinco marchas, conforto e estabilidade similares aos do Fusion

A Ford adotou caixa de seis marchas no Fusion 2,5, mas bem poderia incluir trocas manuais como no V6. Foi mantida a pouco útil posição "L" de reduções automáticas sucessivas, em que o câmbio engata a marcha mais baixa possível para produzir freio-motor, mas não volta a subir marchas nem ao se acelerar tudo. Em descida de serra, por exemplo, acaba sendo preciso trocar entre "D" e "L" várias vezes — ou esquecer que existe a "L", manter em "D" e recorrer aos freios para controlar a velocidade. No Accord há quatro posições (D, D3, 2 e 1), o que traz a curiosa situação de não poder tirar apenas a quinta marcha de ação: em "D" operam todas, em "D3" só as três mais baixas. Há ainda um incômodo frequente na indústria japonesa: em rodovia, a caixa reduz marchas assim que se acelera um pouco mais, mesmo com suavidade. Se permitisse acelerar mais em marcha alta, haveria benefício ao consumo e ao nível de ruído.

Embora tenha sido reprojetada na parte mecânica, a suspensão do C5 opera da mesma forma que a da geração anterior, com quatro níveis de altura e dois programas de uso, normal e esporte (saiba mais), tudo selecionado por três botões no console central. Como antes, o resultado é dos melhores. No modo normal o rodar é bastante suave e confortável, chegando a parecer que o carro seja mole demais, mas fica só na impressão: o controle eletrônico aumenta a firmeza conforme a condição do piso e o modo de direção. Em modo esporte, a suspensão fica mais controlada e há pequena perda de conforto, não muito diferente do que seria o carro com suspensão convencional e os esportivos pneus 245/45 R 18. Medida, aliás, um tanto exagerada para a potência da versão — a outra disponível na Europa, 225/55 R 17, seria mais coerente.

Em qualquer dos modos, quando se dirige com vigor a estabilidade do Citroën impressiona e transmite elevada segurança, o que honra as tradições da marca nesse quesito firmadas desde o pioneiro Traction Avant de 1934. O controle de estabilidade (também presente no Fusion) tem vida fácil nesse carro, pois provocar sua atuação requer muito abuso ao volante. Os outros dois modelos se parecem em suspensão: comportam-se muito bem em curvas, para surpresa de quem esperasse carros moles típicos do mercado norte-americano, mas seria bem-vindo ao Accord maior controle na distensão dos amortecedores. E ambos são bastante confortáveis, embora não tanto quanto o C5. Apesar da teórica vantagem do Honda nesse quesito por usar pneus em medida moderada, 215/60 R 16, os mais baixos do Fusion (225/50 R 17) não o prejudicam, a versão quatro-cilindros parecendo melhor que a V6 nesse aspecto. Neste último e no C5 os controles de estabilidade e tração podem ser desativados por botão. Como curiosidade, todos estavam equipados com pneus Michelin, só que esportivos no Citroën (Primacy HP), intermediários no Ford (Pilot HX MXM4) e conservadores no Honda (Energy MXV8).

A assistência de direção (elétrica no Fusion, hidráulica nos demais) é muito bem dosada nos três, com destaque para a leveza em baixa velocidade. No Fusion poderia melhorar a precisão quando se dirige rápido. Todos estão bem-servidos de freios, com grande capacidade de desaceleração, sistema antitravamento (ABS) e distribuição eletrônica entre os eixos (EBD). O francês traz ainda assistência adicional em emergência e aplicação automática de freio em aclives de mais de 3% para impedir o recuo do carro enquanto não se acelera, o que dispensa o uso do pedal de freio e o mau hábito de segurar o veículo pelo acelerador.

Os faróis do C5 são excelentes: usam refletor elipsoidal e lâmpada de xenônio para ambos os fachos e até para relampejar o alto, além de trazer efeito autodirecional, correção automática de altura do facho e lavador de alta pressão. No Fusion esse tipo de refletor serve apenas para o facho baixo, mas com lâmpada halógena (comum), enquanto o Accord usa em ambos os fachos o refletor mais simples de superfície complexa, como o alto do Ford. Faltam a estes dois ajuste elétrico de altura do facho e luz traseira de neblina, enquanto o Fusion (como o C5) traz os faróis de mesma finalidade.

Apesar da origem norte-americana, o Honda segue nossos padrões de facho assimétrico nos faróis e cor âmbar nas luzes de direção traseiras, além de ter lente convexa no retrovisor esquerdo e repetidores laterais das luzes de direção — tudo como no europeu C5. Nada disso mereceu atenção da Ford, que decepciona ao insistir em faróis simétricos (de iluminação insatisfatória, apesar dos modernos refletores), luzes vermelhas, lente plana e ausência de repetidores. Por seu volume de vendas por aqui, não seria pedir muito que o México usasse componentes adequados ao mercado brasileiro nos carros de exportação. Outro inconveniente do Fusion é a pior visibilidade traseira do grupo, pelo porta-malas muito alto em relação ao motorista, enquanto a dianteira se equivale nos três.

A melhor dotação de bolsas infláveis é a do C5, com dispositivos frontais, laterais dianteiros e traseiros, cortinas (cobrem a área envidraçada lateral) e mais uma para os joelhos do motorista. O Fusion traz bolsas frontais, laterais dianteiras e cortinas, e o Accord, apenas as frontais — muito pouco para um carro desta categoria. Curiosamente, nos EUA até as cortinas são de série no Honda, assim como controle de estabilidade. Os três contam com encosto de cabeça e cinto de três pontos para cinco ocupantes e avisam para uso do cinto, o que abrange os cinco lugares no C5; no Accord a ancoragem inferior externa no próprio banco mantém o ajuste do cinto ao se regular a posição do assento. Mas faltam ao Honda pontos Isofix para cadeiras infantis, presentes nos demais. Continua

Bolsas infláveis laterais e cortinas e ancoragem Isofix para cadeira infantil equipam apenas C5 e Fusion, mas neste os faróis podem melhorar

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