Palio: uma reestilização
polêmica, com frente e traseira arredondadas em contraste com a nova
janela lateral
Polo: desenho ainda atual e
muito atraente nesta versão GTI de três portas, decorada com os
elementos certos |
Concepção e
estilo
Embora importado, o
Polo é velho conhecido nosso. A atual geração (quarta em uma trajetória
que começou em 1975; leia história) começou
a ser produzida aqui em 2002 e recebeu uma reestilização no ano passado.
Só que não temos a carroceria de três portas, o que pode ter contribuído
para a decisão da VW de importar o GTI, em vez de desenvolver uma versão
local de cinco portas.
O Palio, projeto da Fiat para países menos desenvolvidos, está entre nós
desde 1996 (leia história) e
chega agora à quarta série, que não é uma nova geração, depois das
reestilizações de 2000 e 2003. A reforma desta vez foi mais ampla e
abrangeu as laterais, que ganharam um vinco à altura das maçanetas e
novas janelas traseiras no três-portas. Como de hábito, também mudaram a
frente e a traseira, com um estilo arredondado que tem dividido opiniões
— aliás, a maioria parece não ter gostado. Um detalhe que intriga é as
janelas terem assumido formas angulosas justamente agora, quando a
traseira no mesmo estilo deu lugar a uma toda arredondada. Há um claro
conflito entre as duas seções.
As versões esportivas contam com detalhes interessantes, como rodas de
maior diâmetro (16 pol no Polo e 15 no Palio), saias laterais e defletor
de teto. O VW segue a proposta do Golf GTI europeu, ao envolver a grade
e a entrada de ar inferior em uma grande seção preta com moldura
vermelha, e consegue uma "cara de mau" bem interessante com isso. O Fiat
apela para alguns cromados na mesma região e faixas decorativas
laterais, de gosto discutível, embora mais discretas que no modelo
anterior.
Em nossa opinião, a vantagem do Polo em estilo é evidente, com formas
mais harmoniosas e melhor caracterização esportiva. O Palio parece ter
caído na situação em que não havia mais onde mexer sem passar a um
desenho todo novo, optando-se então por soluções estranhas. Até mesmo na
altura de rodagem — parte do aspecto de um esportivo — o 1.8R perdeu,
pois o aumento de diâmetro dos pneus não foi compensado por uma
suspensão mais baixa, deixando a carroceria mais longe do solo do que
antes.
A Fiat não informou a tempo o coeficiente
aerodinâmico (Cx) do novo Palio, mas no primeiro modelo era 0,33 e
não deve estar muito distante disso. O GTI tem 0,32, mas com a desvantagem da
maior área frontal, o que os torna equivalentes ao se multiplicar esses
fatores.
Conforto
e conveniência
Ao abrir as grandes e
pesadas portas de qualquer dos modelos, encontra-se um interior sem
grandes novidades, já que o Polo europeu e o Palio remodelado mantêm as
formas das versões conhecidas. Mas o GTI traz bancos com apoios laterais
pronunciados e um revestimento em tecido xadrez de gosto discutível —
chamado de Interlagos, em alusão ao autódromo paulistano, é semelhante
ao do primeiro Golf GTI de 30 anos
atrás. No 1.8R o tecido cinza é mais discreto e tem bom aspecto.
O volante e a coifa da alavanca de câmbio revestidos em couro usam, em
ambos os carros, o mesmo recurso de costura em vermelho.
Outros itens em comum são os pedais esportivos, em tom de alumínio,
e o grafismo diferenciado nos instrumentos. De resto, o Polo tem a seção central do
painel em tom prata brilhante e o logotipo GTI no aro inferior do
volante e bordado nos encostos dos bancos dianteiros. Seus cintos também
usam o vermelho nas bordas, enquanto os do Palio vêm inteiros nessa cor,
herança do Uno 1.5R/1.6R.
Continua
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