Frente ousada, traseira retilínea, laterais mantidas: apesar da mistura de estilos, o novo Palio consegue ser agradável e atual

Exemplo de desenho bem-sucedido, o 206 já tem seis anos na Europa, mas continua um dos mais bonitos carros pequenos

O Palio 1,25, que estreou na marca o motor flexível em combustível, existe apenas em versão ELX de cinco portas e custa a partir de R$ 24,4 mil. O 206 1,4 pode vir em acabamentos Presence (R$ 28,8 mil com cinco portas) e Feline, que parte de R$ 34,2 mil. Como o Peugeot traz muitos itens que no Fiat são opcionais, os preços podem acabar muito próximos quando são equipados em equilíbrio (veja tabela), o que só vem aumentar a competição.

Concepção e estilo

A carreira dos dois modelos é conhecida. O Palio está entre nós desde 1996, tendo sido projetado para países menos desenvolvidos, como os da América Latina e Oriente Médio — na Europa existe o Punto, de concepção mais refinada. Foi reestilizado na linha 2001 e agora na 2004, sem afetar a seção central da carroceria, o que prova que se mantém na primeira geração.

Pelo que foi dito já se nota o grande exagero da Peugeot ao chamar de "nova geração" os discretos retoques que o 206 acaba de receber. O simpático francês lançado em 1998 chegou ao Brasil no ano seguinte, foi nacionalizado em 2001 e, em fevereiro último, ganhou novos faróis, lanternas traseiras e grade. Não houve sequer uma alteração nas partes metálicas desde o lançamento... nova geração?!

Apesar de muito próximos do que eram ao nascer, os dois automóveis ainda agradam aos olhos — em especial o 206, exemplo típico de desenho feliz, que agrada a todo tipo de público e parece não envelhecer. No Palio há quem critique a diferença de estilos entre a frente ousada, a lateral arredondada e a traseira algo retilínea, mas a nosso ver não chega a incomodar. E é contemporâneo em elementos como as colunas dianteiras avançadas e o amplo pára-brisa, que se tornaram comuns anos depois de sua estréia. O coeficiente aerodinâmico (Cx) do Peugeot é 0,32, enquanto a Fiat não divulga o seu — mas era 0,33 no primeiro modelo, há oito anos.

Conforto e conveniência

Apesar de todo o empenho que a fábrica de Betim, MG atribui à escolha dos materiais internos, entrar no novo Palio não demonstra nada diferente do habitual na categoria: plásticos duros, alguns mal encaixados, peças de aparência simples, revestimento dos bancos em tecido áspero. Mas o interior foi bem resolvido em termos de formas, assim como o do 206 — que usa vinil na parte traseira dos bancos, inadequado a seu preço. Continua

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