


O desenho da Idea é bastante
atual e, apesar do difícil compromisso trazido pela altura, agrada à
maioria



Os nove anos de mercado
parecem menos, mas a traseira adotada em 2004 deixou a Palio algo
estranha |
Concepção e
estilo
A origem da Weekend é
bem conhecida. Em 1996 a Fiat lançou no Brasil — seguido por outros
países ditos emergentes — o Palio hatch, que logo constituiu família,
dando origem à perua (no ano seguinte), ao três-volumes Siena e ao
picape Strada. Depois de ser exportada inclusive para mercados
desenvolvidos da Europa, a Weekend acompanhou a linha em duas
reestilizações, uma no modelo 2001, outra no 2005. Nesta adquiriu formas
algo exageradas na traseira, com grandes lanternas que dividem opiniões.
A seção lateral não mudou nestes nove anos de mercado.
A história da Idea é diferente: sua versão brasileira surgiu do modelo
italiano, lançado em 2003. Só que a Fiat de Betim, MG preferiu adaptar
suas formas a uma plataforma diferente da usada por lá, compartilhada em
parte com a família Palio, para reduzir os custos. Apresentada em
setembro último, é natural que traga um sabor de novidade que a Weekend,
mesmo reestilizada duas vezes, tenha perdido há tempo.
Qual agrada mais aos olhos? A resposta é um tanto pessoal. A maioria das
pessoas que ouvimos considera a Idea muito simpática, embora algumas
tenham restrição a seu formato — tão curta e tão alta. Já a Palio, além
de não ter convencido a todos com a traseira adotada há dois anos, exibe
o peso da idade (embora não pareça ter nove anos), sobretudo quando colocada junto da nova "irmã".
Se serve de consolo, a perua tem aerodinâmica tão boa quanto a da
minivan (seu
Cx está próximo a 0,33, que era o
divulgado para o primeiro modelo, o mesmo valor da Idea) e sua área
frontal é bem menor, o que se reflete em melhor produto final.
Conforto
e conveniência
Quem entra na Idea pela
primeira vez tem a sensação de um ambiente conhecido, pois o desenho do
painel e alguns de seus componentes são os mesmos da linha Palio. Outra
impressão é a de espaço generoso, até exagerado, em altura — nem um
jogador de basquete com chapéu conseguiria encostar a cabeça no teto...
Em termos de acabamento há equilíbrio entre as duas, com o uso de
plásticos modestos e revestimento simples nos bancos, em tom preto. Mas
só a Weekend tem as costas dos bancos em vinil, de aspecto pobre.
O motorista da minivan senta-se claramente mais alto, o que se traduz em
melhor visibilidade, embora com um contraponto que veremos adiante.
Pode-se ajustar a altura do banco (na Palio não) e do volante, colocado
em posição adequada — ao contrário, por exemplo, da Scénic. A Fiat
também conseguiu uma boa altura para a alavanca de câmbio (sem o
problema das minivans da GM, Meriva e Zafira), mesmo que a montagem no
painel, do modelo original italiano, fosse preferível.
Em contrapartida, a versão brasileira ganhou um painel convencional, com
os instrumentos à frente do motorista (a nosso ver preferível) e não em
posição central. Os mostradores são semelhantes aos da Weekend, mas usam
fundo eletroluminescente, de bom
efeito visual. Ambas trazem computador de bordo e
configuração de funções (My Car). Vários comandos, do controle elétrico
dos vidros (com função um-toque,
sensor antiesmagamento e
temporizador) aos botões de ventilação
e ar-condicionado, são comuns aos dois modelos. E também um
problema: os difusores de ar centrais muito baixos, que tornam
difícil uma refrigeração homogênea, sobretudo na Idea pela
altura bem maior.
Continua
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