


Apesar da altura fora do
usual, a Idea consegue agradar com as formas angulosas e que transmitem
robustez



Mais baixa e arredondada, a
SpaceFox é atraente e, com 38 cm a mais, ficou mais equilibrada que o
hatch |
Concepção e
estilo
A linha Fox é um
projeto da VW brasileira com base na plataforma do Polo de atual
geração, lançado em 2001 na Europa. O hatch surgiu aqui em 2003 e, desde
o ano passado, é vendido em mercados europeus como o produto de entrada
da marca, com a curiosidade de ter só quatro lugares. Agora chega a
perua, com 38 cm adicionais após o eixo traseiro. Portanto, carroceria
brasileira sobre plataforma alemã. Com a Idea ocorre o contrário: o
desenho da original italiana, produzida lá desde 2003, é que foi
adaptado a uma plataforma diferente no Brasil, com certo uso de
componentes da linha Palio.
O estilo da SpaceFox agrada, sendo bem mais equilibrado que o do hatch.
As formas arredondadas são harmoniosas e a VW obteve bom resultado na
traseira, com lanternas inspiradas nas da Passat Variant alemã — embora
pareçam, em fotos, bem mais elaboradas que quando vistas de perto. As do
próprio hatch, translúcidas, têm aspecto mais refinado. Mais longa e
baixa, a Space transmite certa esportividade ao lado da Idea, que tem a
maior altura em um carro nacional (furgões e utilitários esporte à
parte). Curiosamente, a Fiat apostou em linhas retas e angulosas por
toda a carroceria, o que passa a sensação de robustez, mas costuma levar
a rápido envelhecimento do desenho.
Com coeficiente aerodinâmico (Cx) 0,33,
a Idea é mais eficiente nesse quesito que a SpaceFox (0,35). Mas é
preciso considerar a maior área frontal da minivan, que chega a anular
sua vantagem em Cx quando os fatores são multiplicados.
Conforto
e conveniência
Os carros avaliados
contavam com revestimento dos bancos em couro (sintético e em dois tons no caso da SpaceFox), o que lhes dava um ar mais luxuoso. No entanto, o restante dos
interiores é de carros simples, em especial o da VW, com plásticos
rígidos e certo abuso em sua utilização — nem uma faixa de tecido, ou
couro neste caso, foi prevista nos painéis de porta. Pelo preço que
estas versões completas atingem, o aspecto dos materiais adotados é
incompatível.
A Space enfim ganhou porta-luvas, sempre reivindicado no Fox. Só que, de
tão pequeno, até o manual precisa continuar na gaveta sob o banco do
motorista. Como o CrossFox, ela pode ter o volante revestido em couro,
na verdade uma capa aplicada ao original — bem perceptível pelo espaço
não revestido nos raios horizontais e que deixa o aro espesso, para
desconforto das motoristas de mãos pequenas. Na Idea, um defeito de
projeto são os difusores de ar muito baixos, que impedem a refrigeração
homogênea da cabine (o ar frio deve ser direcionado sempre para cima).
Um difusor extra no topo do painel, como no Marea, resolveria a questão.
Para surpresa de quem pensa em perua, a posição de dirigir na SpaceFox é
típica de minivan, com o banco bem elevado, embora possa ser ajustado em
altura (o do passageiro, sem o ajuste, evidencia essa sensação). É
estranho o formato dos encostos, que leva a pouco apoio nos ombros. Seu
volante tem regulagens em altura e profundidade (esta ausente na Idea)
mas, como na concorrente, os pedais ficam mais à direita do que o ideal,
o que incomoda um pouco no início. Na Fiat, o próprio banco é que está
deslocado à esquerda em relação ao volante e aos pedais.
Continua
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