> Os dois motores
são modernos e eficientes, com bloco de alumínio e
potência específica das mais
altas da classe, sem perda apreciável de torque em baixa
rotação. O Toyota atinge 75 cv/l e o Ford 72, a vantagem do
japonês devendo-se ao variador de
fase VVTi (Variable Valve Timing with Intelligence, tempo de
abertura de válvulas variável com inteligência). No EcoSport,
por exemplo, 85% do torque máximo, ou 16,2 m.kgf, estão
disponíveis já a 1.500 rpm. Não se conhece a
relação r/l do RAV4, mas pelo
funcionamento suave parece dentro da média aceitável como a do Eco, que é de
0,298.
> Abertos os capôs, ambos exibem uma
barra de amarração ligando as
torres da suspensão dianteira, providência adequada por se
tratar de monoblocos de
automóveis adaptados ao uso mais severo dos utilitários. No Eco,
surpreende a baixa posição em que o motor é montado, parecendo
que o capô é mais alto do que o necessário.
> O RAV4 usa uma tração integral permanente digna dos termos: com um
diferencial central de acoplamento viscoso,
autobloqueante, e mais um aberto
(isto é, sem bloqueio) em cada eixo, distribui o torque entre as
rodas conforme a aderência disponível, o princípio dos melhores
4x4 conhecidos. Em condições ideais de piso a repartição é de
25% em cada roda.
> No EcoSport o sistema Control Trac II, o mesmo do
Escape (utilitário esporte pouco maior da Ford americana), usa
um acoplamento viscoso eletrônico. O carro funciona como um
tração-dianteira até que uma das rodas da frente ou as duas
girem em rotação maior que as traseiras. Nesse caso, em
milésimos de segundo o acoplamento passa a enviar movimento para
o eixo traseiro. |
> O motorista pode bloquear o acoplamento (ficando a
potência dividida em 50% por eixo) pelo botão 4WD no painel a
até 100 km/h, sem trancos, desde que em pisos de menor
aderência: como não há diferencial central, acionar o botão
sobre terreno aderente gera arrasto e maior desgaste de pneus.
Seu objetivo a evitar que uma roda de cada eixo fique sem
tração, em que o veículo deixaria de andar, pois não existe
bloqueio nos diferenciais.
> Também novos no Ford são a suspensão traseira
multibraço (na ilustração), superior mesmo à de braços
sobrepostos do Toyota, e o acelerômetro incorporado ao
sistema antitravamento (ABS) dos freios. Em situações em que
atuação do ABS sobre piso irregular torna-se indevida — pois ele
entende que há travamento e limita a força de frenagem — o
acelerômetro, ao não perceber a desaceleração, "autoriza" o
módulo de comando a permitir a força de frenagem desejada.
> As relações de 1ª. e 2ª. marchas e do diferencial do EcoSport foram
encurtadas em relação à versão de tração dianteira, enquanto 3ª., 4ª. e 5ª.
estão mais longas. A 1ª. final (incluído o diferencial) foi
encurtada em nada menos que 16,3%, e a 2ª., em 12,6%, para que a
capacidade de subida chegasse a 37%. |