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O Clio (embaixo) agrada mais pelo rodar confortável, sem perder em estabilidade; os engates do câmbio é que deveriam melhorar em maciez e precisão

O Clio tem na suspensão um de seus maiores atributos: consegue equilibrar estabilidade e conforto, com destaque à absorção de irregularidades. O Celta, prejudicado pela ausência de subchassi e de estabilizadores (leia mais sobre técnica abaixo), é mais duro em pisos irregulares, embora correto em comportamento — um pouco melhor agora, em que o Super vem com pneus 175/65-14, iguais aos do Clio, ante 165/70-13 das demais versões.

Lado a lado, o motorista do Renault tem a sensação de estar em um carro de categoria superior, o que agrada a qualquer motorista. Ambos passam bem por lombadas e têm direção assistida opcional, leve em manobras. Contudo, a do Celta é macia em excesso em alta velocidade, o que talvez resulte da falta de ajustes na geometria para o sistema assistido (é preciso mais cáster).

Em iluminação e sinalização, novas vantagens do Clio pelos faróis com duplo refletor e os repetidores laterais das luzes de direção. Estes fazem especial falta no Celta reestilizado, em que as setas dianteiras foram movidas para a parte interna dos faróis (junto à grade), portanto invisíveis por quem está ao lado do carro. Nenhum deles traz faróis ou luz traseira de neblina e terceira luz de freio. O retrovisor esquerdo do Clio, convexo, tem maior campo visual que o plano do Celta. E ambos são corretos em visibilidade, com colunas dianteiras que não atrapalham — uma vantagem desses projetos mais antigos.

A Renault não inclui bolsas infláveis frontais de série na versão Authentique, mas sua oferta como opcional já é melhor que a ausência verificada no Celta. Ambos vêm com cinto de três pontos retráteis e encostos de cabeça só para quatro dos ocupantes. A falta de regulagem nos encostos dianteiros do Chevrolet é inaceitável, pois os deixa baixos demais para motoristas mais altos. Continua

Comentário técnico
> O motor VHC da GM nasceu do antigo 1,0-litro a álcool, oferecido desde 1999 no Corsa e usado até o início deste ano no Classic. A mesma taxa de compressão de 12,6:1, adequada ao combustível vegetal, foi mantida para o uso de gasolina, tornando-se então bastante elevada para o novo emprego — daí a sigla VHC, very high compression ou compressão muito alta. Só que surgiu uma grande vulnerabilidade à detonação, que o tornou um dos campeões de reclamações em seções como o Canal Direto. No ano passado, ao passar a flexível, o VHC teve enfim a solução do problema. Agora, muitos usuários o abastecem com álcool e, mesmo quando seu preço não é favorável, o motor admite uma adição suficiente para evitar a detonação, sem risco de problemas como corrosão.

> A Renault, no extremo oposto, foi das mais conservadoras ao passar seus motores 1,0 e 1,6 a flexíveis: manteve a baixa taxa, 10:1 no caso deste 1,0. A medida pode se justificar pelos menores custos de desenvolvimento, ao mesmo tempo em que facilita a produção de motores só a gasolina, para exportação, com taxa igual. Para quem usa álcool, porém, o resultado foi um motor com menor desempenho e maior
consumo do que seria possível. Um bom trabalho no avanço de ignição compensa em parte essa limitação, mas traz certa aspereza ao funcionamento.

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O Clio tem outra peculiaridade quanto a combustível: os motores da marca francesa são os únicos aptos a rodar também com gasolina sem álcool, como a vendida em países vizinhos ao nosso. Em qualquer outro caso, seja o carro flexível ou não, o uso dessa gasolina deixará a mistura ar-combustível um pouco mais rica que o ideal, com tendência a aumentar o consumo e as emissões poluentes.

> No antigo Corsa Wind a GM usava estabilizadores em ambos os eixos como opcionais, vinculados ao ar-condicionado. O Celta perdeu esse recurso e teve de usar molas mais duras para manter a estabilidade. Como resultado, ficou menos confortável (que o Clio inclusive) em pisos irregulares. Ao contrário do que muitos pensam, os estabilizadores afetam mais o conforto que o comportamento dinâmico, já que o fabricante sempre compensa sua ausência com o aumento da carga das molas (o Peugeot 206 com motor 1,0 era outro exemplo, já extinto).

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