> O motor VHC da GM
nasceu do antigo 1,0-litro a álcool, oferecido desde 1999 no
Corsa e usado até o início deste ano no Classic. A mesma taxa de
compressão de 12,6:1, adequada ao combustível vegetal, foi
mantida para o uso de gasolina, tornando-se então bastante
elevada para o novo emprego — daí a sigla VHC, very high
compression ou compressão muito alta. Só que surgiu uma
grande vulnerabilidade à detonação,
que o tornou um dos campeões de reclamações em seções como o
Canal Direto. No ano passado, ao passar a flexível, o VHC
teve enfim a solução do problema. Agora, muitos usuários o
abastecem com álcool e, mesmo quando seu preço não é favorável,
o motor admite uma adição suficiente para evitar a detonação,
sem risco de problemas como corrosão.
> A Renault, no extremo oposto, foi das mais
conservadoras ao passar seus motores 1,0 e 1,6 a flexíveis:
manteve a baixa taxa, 10:1 no caso deste 1,0. A medida pode se
justificar pelos menores custos de desenvolvimento, ao mesmo
tempo em que facilita a produção de motores só a gasolina, para
exportação, com taxa igual. Para quem usa álcool, porém, o
resultado foi um motor com menor desempenho e maior |
consumo do que seria
possível. Um bom trabalho no avanço de ignição compensa em parte
essa limitação, mas traz certa aspereza ao funcionamento.
> O Clio tem outra
peculiaridade quanto a combustível: os motores da marca francesa
são os únicos aptos a rodar também com gasolina sem álcool, como
a vendida em países vizinhos ao nosso. Em qualquer outro caso,
seja o carro flexível ou não, o uso dessa gasolina deixará a
mistura ar-combustível um pouco mais rica que o ideal, com
tendência a aumentar o consumo e as emissões poluentes.
> No antigo Corsa Wind a GM usava estabilizadores em
ambos os eixos como opcionais, vinculados ao ar-condicionado. O
Celta perdeu esse recurso e teve de usar molas mais duras para
manter a estabilidade. Como resultado, ficou menos confortável
(que o Clio inclusive) em pisos irregulares. Ao contrário do que
muitos pensam, os estabilizadores afetam mais o conforto que o
comportamento dinâmico, já que o fabricante sempre compensa sua
ausência com o aumento da carga das molas (o Peugeot 206 com
motor 1,0 era outro exemplo, já extinto). |