Corsa e Fiesta de frente lembram muito os irmãos maiores, Astra e Focus, e recorrem à mesma boa solução de lanternas traseiras elevadas, com bom resultado no conjunto -- mas a Ford falhou ao eliminar os refletores do pára-choque, necessários com lanternas nessa posição. O Fiesta nacional também difere do europeu na moldura das portas: lá avançam sobre o teto, aqui não, o que reduz os custos de produção. Quanto ao Clio, está mais defasado e nunca obteve aprovação unânime.

São carros muito parecidos em dimensões. O comprimento varia de 3,77 (Clio) a 3,9 metros (Fiesta), e a distância entre eixos, de 2,46 (Polo) a 2,49 metros (Corsa). Também em largura e altura as diferenças não passam de alguns centímetros. Apenas a GM e a Renault divulgam o coeficiente aerodinâmico (Cx), com vantagem para o Corsa (0,327) sobre o Clio (0,35).

Conforto e conveniência   Apesar de chamados de compactos premium por algumas publicações (rótulo que o BCWS rejeita), estes carros não têm nada de luxuoso no acabamento interno. Dos plásticos utilizados ao revestimento dos bancos, os quatro deixam no ar a sensação de que a redução de custos foi primordial nos projetos. O que impressiona melhor é o Polo pelos plásticos superiores, mas seu revestimento é o mais austero; o Clio tem o tecido mais suave nos bancos, mas economiza em sua face posterior recorrendo ao curvim.

Ao se sentar, o motorista encontra a melhor posição no VW, único com ajustes de altura e profundidade do volante (dos demais, apenas o de altura no Renault), além da regulagem de altura do banco (que falta ao Clio e é muito ruim de usar no Corsa). Os quatro são bem resolvidos quanto à posição dos pedais e o espaço à esquerda deste, pontos críticos em modelos mais antigos, como o primeiro Corsa e o Gol. Faltam ao Fiesta um apoio definido para o pé esquerdo e, sobretudo, bancos com melhor retenção do corpo nas curvas.

Os painéis adotam fundo claro (que se escurece à noite no Clio e Fiesta), à exceção do Polo. Este é único também ao oferecer computador de bordo, que indica o consumo em km/l (como deveria ocorrer sempre) e permite duas medições distintas de consumo e quilometragem. Sua iluminação em azul e vermelho tem apreciadores, mas dificulta a leitura em comparação à verde (Fiesta e Clio) e à amarelada, de gosto discutível, do Corsa.

Bons bancos no Polo (à esquerda) e Corsa, mas só o primeiro traz o útil duplo ajuste
do volante. Ambos com acabamento simples, o GM recorre a tecido mais alegre

O Ford, único a não trazer indicador de temperatura externa, reúne num mostrador de cristal líquido os marcadores de combustível (com oito barras, melhor que o de sete do Celta da GM) e temperatura do motor. Não é uma boa solução para a leitura, ainda mais com a estranha profundidade dos instrumentos no painel. O fundo cinza destes também não ajuda, pela falta de contraste com os dígitos pretos durante o dia. E seu botão de pisca-alerta fica sobre a coluna de direção, difícil de acionar pelo passageiro (no Renault vem próximo ao freio de estacionamento, muito longe do campo visual do motorista; o melhor lugar é no painel).

Dotados de controle elétrico dos quatro vidros (Clio, apenas dos dianteiros), eles diferem nos detalhes. Função um-toque existe para todos no Corsa, para ambos os dianteiros no Polo e só para o do motorista no Clio; sensor antiesmagamento e temporizador, no Corsa e Polo. Estes e o Fiesta trazem os comandos nas portas, posição bem melhor que a do console adotada pela Renault -- impressiona esta ainda não a ter modificado após três anos de críticas pela imprensa e consumidores. A GM deveria ter previsto espaço adequado para o braço ao usar os comandos do motorista. Continua