Apresentação
Flecha de prata
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Quanto vale a versão de rua do vencedor do mundial
de GT em 1997? Para a Mercedes, um milhão de dólares
Texto: Fabrício Samahá
Quem acompanhou as competições dos anos 50 talvez ainda se lembre dos Mercedes 300 SLR prateados as "Flechas de Prata" , que levaram às pistas um pouco da reputação que a marca da estrela conquistara nas ruas. Décadas se passaram até que, no ano passado, o fabricante alemão retornasse às competições, em três categorias de peso: a própria Fórmula 1, a Cart e o mundial de GT (Grã Turismo) da FIA. E já conquistou este último, com a vitória de Bernd Schneider em Laguna Seca, pilotando o novo CLK-GTR.
Parente distante do cupê CLK de produção normal, o GTR foi desenvolvido em apenas cinco meses, em conjunto com a AMG encarregada da preparação "de fábrica" dos Mercedes C 43, E 50 e outros. O regulamento do campeonato de GT exige, para a homologação, a fabricação de uma versão de rua, lançada em setembro de 1997 no Salão de Frankfurt e que apresentamos aqui.
Por um milhão de dólares coloca-se na garagem um legítimo Mercedes de competição
A base do GTR é um monocoque de fibra de carbono, com carroceria de mesmo material e uma estrutura tubular interna de aço. As linhas guardam alguma semelhança com o CLK "de família" nos quatro faróis ovalados, lanternas traseiras e a inconfundível grade, com a estrela de três pontas espetada no capô. As portas que se abrem para cima e para a frente lembram as "asas de gaivota" do 300 SL de 1954, um dos mais carismáticos Mercedes já construídos. O GTR de competição recebe um aerofólio traseiro mais alto, para gerar sustentação negativa, e retrovisores reposicionados. As demais formas se mantêm.
O motor V12 em posição central foi desenvolvido a partir do 6-litros do Mercedes S 600. Com maior diâmetro e curso, a cilindrada passou para 6,9 litros. A potência máxima é de 560 cv, e o torque, de 73,4 mkgf! Dois catalisadores preliminares e quatro principais mantêm as emissões (muito) bem controladas. O câmbio tem seis marchas de engates seqüenciais, e as suspensões utilizam braços duplos sobrepostos e estabilizadores reguláveis. Discos de freios de 380 mm (dianteiros) e 355 mm (traseiros) são mordidos por pinças de seis pistões. Os pneus são superlativos: 295/35 ZR 18 à frente e nada menos que 345/35 ZR 18 atrás! Duas bolsas infláveis, cintos com pretensionador e limitador de esforço respondem pela segurança passiva.
O GTR em Laguna Seca, com Bernd Schneider ao volante: campeão da GT FIA
Por força do regulamento, o preço do CLK-GTR de rua está limitado a... um milhão de dólares! O bastante para colocar a preciosidade ao alcance de poucos milionários, que pagarão esta bagatela só para expô-la na garagem aos amigos, como um Van Gogh na parede da sala.
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