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No Brasil a Vespa chegou importada nos anos 50 -- e logo fez sua fama. Uma de suas maiores rivais, a Lambretta, também veio e conquistou tamanho espaço que, ironicamente, passou a ser sinônimo para esse tipo de veículo entre muitos na época. Ou seja, no Brasil, a Vespa também era uma "lambreta"... A concorrente tinha, contudo, a vantagem do motor centralizado, para melhor distribuição de peso entre os lados.

Depois de importada, a Vespa foi produzida aqui pela Panauto, que também fabricava o curioso triciclo utilitário Vespacar, para 360 kg de carga

A Panauto S.A., empresa sediada em Santa Cruz, no antigo estado da Guanabara (hoje Rio de Janeiro), foi responsável pela produção nacional da simpática italianinha. Fabricou também um utilitário compacto: o Vespacar, um triciclo com rodinhas de Vespa, uma pequena cabine e um compartimento de carga. Apesar da aparente fragilidade, levava 360 kg.

Só em setembro de 1985 a Piaggio, em parceria com as brasileiras Caloi e B. Forte, voltaria a produzir no País uma nova Vespa, em versão PX 200E. Resultado de quatro anos de estudos, era fabricada em Manaus, AM pela Motovespa do Brasil Ltda. A aparência lembrava a dos antigos modelos, mas o farol tinha linhas retas e o painel trazia requintes como voltímetro e marcador de combustível.

A PX 200E, lançada em 1978 na Europa, foi produzida no Brasil a partir de 1985 por um consórcio entre a Piaggio, a Caloi e a B. Forte. Chegou a ser a segunda "moto" mais vendida

Com motor de 197 cm3 e 12,35 cv a 5.700 rpm, podia atingir 110 km/h segundo a marca. Outras versões se seguiram na linha 1987: uma básica, outra mais esportiva (GT) e a com motor de partida elétrico (Elestart). Em todas, a conveniência do estepe na lateral esquerda e de um bom porta-luvas.

Seu sucesso foi grande: chegou a ser o segundo veículo de duas rodas mais vendido do país em 1986 e ameaçou seriamente a vice-liderança da veterana Yamaha. Entretanto, por motivos não esclarecidos até hoje e sem nenhuma explicação a concessionários e consumidores, a fábrica fechou e com ela foi-se a tradicional motoneta.

Em 1998 a Brandy firmou um acordo com a Piaggio e passou a importar da Índia a Vespa 150. Entretanto, o sucesso de outrora não se repetiu, talvez porque scooters modernos tenham recheado as lojas, as ruas e os corações dos adolescentes. O apelo nostálgico, que pouco representa para os mais jovens, não bastou para alavancar as vendas.

Cosa, Sfera e esta ET4 125 foram as tentativas recentes da Piaggio, nos anos 90, de repetir o sucesso da Vespa. Mas são motonetas similares às muitas concorrentes e sem a essência do velho modelo

A Vespa marcou uma época. Poucos veículos, de duas ou quatro rodas, atingiram os patamares de vendas -- cerca de 15 milhões -- e a notoriedade mundial que ela conseguiu. Era utilizada por pobres e ricos, tornou-se cult nas mãos dos atores americanos que filmavam na Itália e foi até "atriz"', como no antológico filme Candelabro Italiano (Rome Adventure), de 1962, com Suzanne Pleshette e Troy Donahue.

Com mais de 80 versões em pouco mais de meio século, foi um verdadeiro sinônimo da Itália, que por um longo período foi conhecida como o "país da Vespa". Surgiu até novo verbo na língua de Dante: vespizzare. Histórias não faltam sobre esse charmoso inseto de duas rodas.

Ficha técnica básica
Vespa PX 200E (Brasil, 1985)
MOTOR - lateral traseiro; 1 cilindro, 2 tempos, refrigerado a ar. Cilindrada: 197 cm3. Um carburador. Potência máxima: 12,35 cv a 5.700 rpm.
CÂMBIO - manual, 4 marchas; transmissão direta.
FREIOS - a tambor.
RODAS - 10 pol; pneus, 3,50 - 10.
DIMENSÕES - comprimento, 1,76 m; largura, 695 mm; altura, 1,11 m; tanque, 8 l; peso, 113 kg.
DESEMPENHO - velocidade máxima, 110 km/h; consumo médio, 27 km/l.

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