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Como se não fosse o bastante, um overboost (sistema de acréscimo de pressão) garantia 25 cv adicionais, temporários, ao acelerar até o fundo. Disponível como antes em preto, branco e vermelho, o novo Lightning acelerava de 0 a 96 km/h em 5,8 segundos, de 0 a 160 em 15,2 s e atingia 222 km/h -- o picape mais rápido do mundo. Como no antecessor, a capacidade de carga era reduzida, 410 kg.

A segunda geração do SVT F150 Lightning: V8 de 5,4 litros com compressor, 360
cv, rodas de 18 pol. Para acelerar de 0 a 96 km/h bastavam 5,8 segundos

A caixa automática de quatro marchas era a mesma de modelos a diesel, capaz de lidar com torque elevado, e os quatro freios a disco (com sistema antitravamento) vinham do utilitário Expedition, mais pesado. A suspensão, além de mais baixa e firme, ganhava estabilizador traseiro. O interior trazia confortos como bancos revestidos em couro e de ajuste elétrico, controlador de velocidade e toca-CDs com disqueteira para seis discos.

Em 2000 a Chevrolet apresentava um S10 de apelo esportivo, mas bem menos ousado que o Syclone em termos de desempenho. O Xtreme, com opção entre cabine simples e estendida e caçamba convencional e stepside, vinha com suspensão esportiva e rebaixada em 50 mm, rodas de 16 pol com pneus 235/55 e um conjunto aerodinâmico (spoiler, saias laterais e traseira). Esportivo apenas na aparência, dispunha do modesto motor 2,2-litros de 120 cv e do V6 4,3 de 180 cv.

Últimos passos As edições de 2002 e 2003 do Salão de Detroit trouxeram grandes expectativas aos fãs dos superpicapes. Na primeira a Chrysler apresentou o Dodge Ram SRT-10, com o V10 de 8,3 litros e aspiração natural do novo Viper; na outra, a Ford exibiu a terceira geração do SVT F150 Lightning, com o V8 de 5,4 litros superalimentado ainda mais "quente". Em comum, além da potência (507 cv) e do visual agressivo, o fato de serem apenas versões conceituais... por enquanto.

A GM continua alheia a essa competição: seu picape mais esportivo, o Chevrolet Silverado SS, tem um V8 de 6,0 litros aspirado com 345 cv, além de tração integral permanente e rodas de 20 pol. É bem mais que no clássico 454 SS, mas ainda pouco para enfrentar os superpicapes da Dodge e da Ford, e não há indícios de que a marca pretenda investir em algo mais potente.

Haverá lugar para esses monstros beberrões de petróleo no futuro? Conseguirão sobreviver fazendo entre 3 e 4 km/l? Ou serão substituídos por utilitários leves, eficientes, quem sabe com propulsão elétrica e células a combustível? Para os entusiastas pelos superpicapes, a resposta a essa sugestão é tão incisiva quanto as longas marcas de pneus que seus veículos deixam pelo asfalto em uma arrancada de quarto-de-milha.