O motor 1,0 da versão básica era também Endura-E e desenvolvia parcos 51,5 cv -- pouco num momento em que Corsa e Palio já chegavam a 60 e 61 cv, nesta ordem. Além do 1,3 de 60 cv, o acabamento superior CLX oferecia opção do moderno Zetec SE de 1,4 litro e 16 válvulas, com bloco de alumínio e duplo comando no cabeçote, desenvolvido com a consultoria da Yamaha e capaz de 88,8 cv. O Fiesta exibia um curioso contraste: nas versões inferiores, motores dos mais antigos do mercado; na de topo, o mais avançado da produção nacional.

O Fiesta nacional chegava apenas oito meses depois na renovação européia. O destaque da linha era o motor Zetec 1,4 16V, de 88,8 cv, décadas mais moderno que os arcaicos Enduras de 1,0 e 1,3 litro

O desempenho do 16V era brilhante, com boas respostas mesmo em baixos regimes e funcionamento dos mais suaves. Foi um motor que deixou saudade. Combinado à suspensão muito bem ajustada e aos pneus opcionais 185/60-14 (pouco mais altos que os 185/55 do europeu), fazia desse Fiesta um pequeno esportivo, muito agradável de dirigir rápido -- característica marcante dos Fords nos últimos anos.

Como as demais versões, beneficiava-se do subchassi, do estabilizador na suspensão dianteira, de semi-árvores de tração de mesmo comprimento (que evitam "puxadas" na direção em aceleração forte), faróis de duplo refletor, com quatro fachos altos, e comando hidráulico de embreagem, requinte no segmento, que isola vibrações e a mantém suave por longo tempo.

A versão básica também se beneficiava das melhorias em conforto. Dois anos depois ganhava pára-choques pintados e opção de ar-condicionado

Dois anos depois, em março de 1998, vinham as primeiras mudanças no modelo nacional: opção de bolsa inflável, única na versão 1,0 e dupla na 1,4; grade e pára-choques na cor da pintura, calotas e friso lateral também para o 1,0; novos tecidos internos e ar-condicionado opcional em toda a linha; suporte do estepe igual ao do Ka; e pneus mais estreitos na versão básica, passando de 155/80-13 para 145/80-13. Desaparecia a versão de 1,3 litro, que respondia por parcela ínfima das vendas.

A família Fiesta demorou a crescer. Embora dele tenha sido derivado o pequeno Ka, lançado aqui em março de 1997, o primeiro fruto com o mesmo desenho frontal surgiu só em agosto de 1998: o picape Courier. Sucessor do antigo Pampa, baseado no Corcel II, o utilitário era praticamente uma versão de caçamba aberta do furgão de mesmo nome da Ford européia -- lá, por outro lado, nunca foi vendido o picape.

O picape Courier oferecia a maior caçamba e o mais longo entreeixos da categoria, mas o torque em baixa rotação dos motores 1,3 e 1,4 não estava à altura da capacidade de carga

O enorme entreeixos (2,83 metros, aumento de 39 cm sobre o Fiesta), a capacidade de carga de 700 kg em ampla caçamba (a maior da categoria) e a robusta suspensão traseira, com eixo rígido e molas parabólicas, faziam do Courier um forte concorrente para o Saveiro, o Corsa Pickup e o Strada, este lançado meses depois. Contudo, as opções de motores -- 1,3 e 1,4 16V, este também na versão Si -- deixavam a desejar em torque, diante das necessidades de um veículo comercial.

Pouco depois, em outubro, o Fiesta adequava-se à tendência de adicionar itens de conforto aos modelos 1,0. Chegava a versão Class, trazendo de série direção assistida, aquecedor, banco bipartido, limpador traseiro, relógio digital e vidros verdes. A versão 1,4 16V vinha agora com pneus 175/65-14.
Continua

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