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Carros do Passado
A berlineta

Leve, ágil, esportivo, o Renault Alpine fez sucesso
nas estradas e nas pistas da Europa nos anos 50 e 60

Texto: Francis Castaings - Edição: Fabrício Samahá

Jean Redélé foi o fundador da Alpine. Ele começou em sua oficina na cidade de Dieppe, na França, preparando carros e tendo sucesso em competições após a Segunda Guerra Mundial. Modificando, ou melhor, envenenando um Renault 4CV, conhecido no Brasil como "Rabo Quente", ganhou várias corridas incluindo as Mil Milhas dos Alpes. Deste nome da cadeia de montanhas européia nascia um 2+2 lugares -- mais para 2 --, com linhas esportivas em sua carroceria aerodinâmica. Era ágil, pequeno, leve (pesava menos de 700 kg) e atrevido.

Linhas simples e suaves no A106, o primeiro Alpine. Motor e chassi do Renault 4CV, ótima estabilidade e maneabilidade

Em 1954 era fundada a Societé Anonyme des Automobiles Alpine. Foi pioneira na construção de carrocerias em fibra de vidro, em 1955, quando lançou o A106, primeiro modelo da marca com o motor e chassi do Renault 4. Foi o primeiro sucesso. O desenho do carro era obra de Michelotti. O automóvel ganhou várias competições e provou ótima estabilidade e maneabilidade em provas de montanha. Ganhou as famosas Mil Milhas italianas em 1956, a uma média de velocidade perto de 100 km/h.

Sempre utilizando motor e componentes Renault, seu sucessor, o A108, foi lançado em 1956 e fabricado até 1963. Em 1962 era apresentado no Salão de Paris o modelo de maior prestigio da marca, o A110 Tour de France. Distinguia-se do A108 pelas linhas diferentes na traseira, projetadas por Serge Zuliani, e pelo motor do Renault R8 posicionado na traseira com virabrequim de cinco mancais, 956 cm3 e 55 cv. Opcionalmente havia uma versão Mignotet de 65 cv, equipada com quatro freios a disco. Mignotet foi preparador de motores da Alpine durante anos.

O modelo A110 (aqui um de 1972) surgiu em 1962 e foi o de maior prestígio da linha: 14 anos em produção com as mesmas linhas básicas
A carroceria tinha faróis carenados, faróis de milha auxiliares, alguns cromados no capô e nas laterais e calotas nas rodas. Era também um cupê 2+2, mais aerodinâmico que seu antecessor, com linhas modernas e agressivas. O interior era apertado e, depois que conseguia entrar, o motorista encontrava os pedais dispostos um pouco à direita. Tinha volante esportivo de três raios e no painel trazia grandes mostradores, velocímetro e conta-giros, e três menores de pressão e temperatura do óleo, capacidade do tanque e amperímetro.

Este modelo manteve suas linhas praticamente inalteradas durante 14 anos e ficou conhecido como Alpine Berlineta, ou carinhosamente "A Berlineta".

Um vencedor nas pistas: correu em circuito e em rali com ótimos
resultados. A versão mais preparada era de 1,6 litro e 170 cv!

Em 1964 o motor passava a 1,1 litro, com opções de 66 ou 80 cv. Em 1965 surgia como opção uma caixa de cinco velocidades e motor de 1,3 litro e 115 cv, trabalhado por Amédée Gordini. Na carroceria a maior novidade eram as entradas de ar sobre os faróis. Também recebia quatro amortecedores traseiros. Até 1969 apareceriam várias opções de motor, sendo o mais potente de 1,6 litro e 138 cv. Sua velocidade final estava perto dos 210 km/h e percorria os 1.000 metros em menos de 31 segundos. Continua

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