
O Corsa hatch dos anos 90 ainda
existe na Argentina e no México; na África do Sul (foto) convive com a
geração lançada na Europa em 2006

O Nissan Sentra de 1991 foi
renomeado Tsuru e ainda é feito no México, país que também fabrica outra
versão quatro gerações mais nova

A Índia tem um novo Fiesta,
diferente do brasileiro, mas não abandona a geração anterior (foto), que
recebeu frente renovada e usa o nome Ikon


O Jetta europeu de 1984
mantém-se na China ao lado do atual, que se chama Sagitar; o Passat 1996
continua em paralelo ao novo, o Magotan

Outro chinês de longa vida: o
Citroën ZX, lá chamado de Fukang ou Elysée e no mercado em simultâneo ao
C4, duas gerações mais novo |
No
mesmo mercado sul-africano, o Opel Corsa da década passada continua
disponível ao lado do novíssimo modelo lançado em 2006 na Alemanha — e
há ainda o picape Corsa Utility, igual a nosso Montana, derivado da
geração que está entre eles. E, como os brasileiros, os consumidores de
lá podem escolher entre Uno (exportado daqui), Palio e Punto, que lá é
chamado de Grande Punto como na Europa. O Uno também permaneceu no
mercado europeu por dois anos após o lançamento do primeiro Punto, em
1993, e a segunda geração deste ainda é vendida ao lado do Grande Punto.
Caso semelhante ao do Citi Golf é o do Nissan Tsuru, o Sentra (ou Sunny)
de terceira geração, lançado em 1991 e substituído já em 1994 no Japão.
A fábrica mexicana da marca continuou a fazer o veterano sedã, que — em
boa parte pela predileção dos taxistas — até hoje convive com a sétima
geração, a mesma vendida no Brasil. No Chile ele é chamado de Sentra
V16; na Bolívia, de Sentra B13 (código do projeto; o do novo é C16); no
Peru e na República Dominicana, de Sentra Clásico. Também no México são vendidos o Corsa dos anos 90 (como Chevy C2, hatch
e sedã) ao lado de seu sucessor, o Peugeot 307 junto do 308, o Clio
igual ao brasileiro em simultâneo ao novo francês e os sedãs do Golf IV
(Bora aqui, Jetta lá) e do Golf V (Jetta aqui, Bora lá), ambos de
fabricação local.
O Fiesta sedã de modelo anterior — que foi vendido aqui de 2001 a 2004 —
já não é mais feito pelos mexicanos, mas continua vivo na Índia, com o
nome Ikon e outra frente, ao lado de uma geração mais atual (semelhante
à nossa na mecânica, embora com aparência diferente) que tem o próprio
nome Fiesta. Na Argentina ainda se podem comprar novos o Corsa hatch do
modelo antigo, assim como o sedã e a perua, e o Renault Mégane sedã da
primeira geração, feito lá e vendido ao lado do novo fabricado no
Brasil.
Profusão de VW
E a China? O enorme
mercado do terceiro maior país produtor, com 8,8 milhões de unidades
fabricadas em 2007, parece apto a acomodar várias gerações no catálogo
de um fabricante. Acompanhe: a VW, por meio de duas divisões (Shangai e
FAW), ainda faz lá o Santana (Passat alemão de 1980), vende como Passat
Lingyu o alemão de 1996 (levemente reestilizado) e chama de Magotan a
última geração do carro (o alemão de 2005).
Na classe dos hatches médios, há o Golf IV com o nome original e o GTI
da quinta geração européia — ambos acima do Polo e do Gol, que é o
produzido até 2002 por aqui. Quer um sedã médio? Pode escolher entre o
antiquado Jetta (o europeu de 1984 a 1992, feito na China desde 1991), o
Bora Classic (igual ao que temos aqui), o New Bora (remodelação local
sobre o mesmo carro), o Lavida (variação do New Bora que é vendida pela
FAW) e o Jetta atual da Alemanha, que recebe o nome Sagitar. Ufa!
Os chineses também mantêm vivo o Citroën ZX, antecessor do Xsara, ao
lado do sucessor deste último — o C4, disponível como hatch e como o
sedã C-Triomphe, que é nosso Pallas. O ZX local é feito pela Dongfeng
Peugeot-Citroën, há 16 anos, e vendido sob os nomes Fukang, com cinco
portas, e Elysée, na versão de três volumes com algumas atualizações de
estilo.
E gerações simultâneas não são “privilégio” de país emergente: a VW
vende até no Canadá o Golf IV, importado do Brasil. Quando o país
recebeu (junto dos Estados Unidos) a quinta geração do hatch e o sedã
Jetta, em 2005, a marca ficou sem opção no segmento inferior, já que o
Polo não atende às normas de segurança em impactos vigentes por lá.
Manter o velho Golf tupiniquim (e o Bora mexicano), até mesmo com a
reestilização do ano passado, foi o meio que a VW encontrou para
resolver a questão. Seus nomes lembram o longevo modelo sul-africano,
mas com outra grafia: City Golf e City Jetta.
Também foi na linha Golf que por duas vezes, em 1984 e 1997, a VW
decidiu não reformular a versão conversível para acompanhar o restante
da linha: deixou-a com as linhas da geração anterior e, no segundo caso,
apenas adaptou à velha carroceria do Golf III uma frente similar à do
modelo IV. Processo semelhante ao que a Mercedes-Benz fez há pouco no
hatch da linha Classe C: renomeado CLC, mudou de aspecto dianteiro para
parecer atualizado com os novos sedã e perua, mas na essência é apenas
mais uma geração atrasada.
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